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Soja: Conab corta mais de 2 milhões de toneladas em sua nova estimativa de produção

Só no Rio Grande do Sul, a entidade cortou 3,5 milhões de toneladas em relação a perspectiva de março. Veja outras curiosidades deste levantamento de abril!

máquina, colheitadeira
Colheita da soja segundo a Conab. Foto: Pixabay

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou para baixo a produção de soja e agora acredita que o país possa colher 122,1 milhões de toneladas na temporada 2019/2020, ainda um recorde. A razão para a diminuição é o agravamento das condições das lavouras do Rio Grande do Sul e também de algumas áreas no Paraná e Matopiba.

O montante atual representa 2,1 milhões de toneladas a menos que a perspectiva de março que somava 124,2 milhões de toneladas. Essa é o primeiro corte desde o início das estimativas em outubro e acontece justamente com a entrada na etapa final da colheita pelo país.

“Neste levantamento, o retrato das lavouras mostra que a colheita da soja está em finalização. A produção é estimada em 122,1 milhões de toneladas, um recorde na série histórica, apesar da quebra de safra no Rio Grande do Sul, sobretudo pelas melhores condições climáticas em diversos estados produtores”, diz a Conab.

Os 122,1 milhões de toneladas plantados em uma área de 36,8 milhões de hectares, representa um acréscimo de 6,1% ante a safra 2018/2019, onde foram colhidas 115 milhões de toneladas de soja.

Do recorde à quebra

Não é nenhuma novidade que a pior quebra desta safra será no Rio Grande do Sul, devido ao prolongamento das estiagens. A estimativa atual prevê uma colheita de apenas 13,3 milhões de toneladas por lá, nada menos que uma quebra de 30,5% ante o recorde histórico de 19,1 milhões de toneladas colhidas na temporada anterior.

De fato a Conab fez uma grande revisão nas estimativas do estado, pois em março a perspectiva ainda era que colhessem 16,8 milhões de toneladas, ou seja 3,5 milhões de toneladas a menos, um resultado mais aproximado das estimativas levantadas pelo Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral).

“No Rio Grande do Sul, a situação das lavouras agravou em relação ao último levantamento. A quase ausência de chuvas em março fez com que as perdas se acentuassem. A seca, que afetou a cultura em praticamente todas as fases, passa a integrar a lista das piores já verificadas no estado”m afirma a Conab.

Quem mais deve colher menos

Dos 20 estados que a Conab acompanha, apenas dois registrarão quebra na safra se comparado a temporada anterior. O primeiro já é certo e já foi falado, o Rio Grande do Sul com redução de 30,5% na safra. O segundo, também da região Sul do país é Santa Catarina.

Por lá são esperadas uma colheita de 2,37 milhões de toneladas, ou seja, 0,5% a menos que os 2,38 milhões de toneladas da safra 2018/2019. Até março, a Conab ainda previa que os catarinenses colheriam 2,45 milhões de toneladas, mas revisaram para baixo após levantamento em campo.

Da quebra ao recorde

Se de um lado está uma grande quebra, do outro há aqueles que compensam as perdas. É curioso a mudança de papéis entre o Paraná e o Rio Grande do Sul. Na safra passada os paranaenses colheram apenas 16,2 milhões de toneladas, forte quebra de 15,2% devido as prolongadas secas. Mas este ano devem colher 28% a mais, atingindo a marca recorde de 20,8 milhões de toneladas produzidas em uma temporada. Isso se tudo der certo.

“Na região Sul, nas lavouras do Paraná, as chuvas ocorreram de forma regular em quase todo o ciclo dessa cultura, porém a estiagem que castiga as lavouras que ainda estão em frutificação pode prejudicar o potencial produtivo final”, diz a Conab.

Quem produzirá mais

Além do Paraná, que até aqui registra o segundo maior incremento de produção do país, outros quatro estados estão dando uma forcinha pra produção nacional quebrar o recorde e registram incrementos em suas produções, superiores a 10%:

O mais crescimento da produção é de São Paulo, que deve colher 4,1 milhões de toneladas, impressionantes 34,2% a mais que as 3 milhões de toneladas da safra 2018/2019. Depois vem Mato Grosso do Sul, com aumento de 19,7%, passando de 8,5 milhões de toneladas para 10,1 milhões de toneladas nesta safra. Minas Gerais deve ter incremento de 16% na sua produção chegando a 5,8 milhões de toneladas, contra as 5 milhões do ano passado. Por fim, fechando a lista vem o Tocantins com aumento de 14% na produção, chegando a 3,3 milhões de toneladas, ante as 2,9 milhões da safra passada.

Mas e Mato Grosso, não aparece nessa lista? Sim, mas não como o maior aumento de produção e sim como o estado que mantém o título de maior produtor nacional do grão com 34,9 milhões de toneladas, aumento de 7,5% ante as 32,4 milhões de toneladas da safra 2018/2019.

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