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Soja em RS: seca traz atrasos no plantio, replantio e emergência desuniforme

Segundo levantamento da Emater-RS, 99% das áreas foram plantadas. Mas situação das lavouras em diversas regiões não é tão boa. Confira!

Lavoura de soja
Plantio de soja. Foto: Alzir Pimentel

No período, o plantio da soja no RS alcançou 99% da área prevista para a safra de 5,978 milhões de hectares. Das lavouras com a cultura, 85% estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 14% em floração e 1% na fase de enchimento de grãos. Mas a falta de chuvas das últimas semanas tem trazido preocupações. Confira abaixo a situação de cada região. As informações são da Emater-RS.

Santa Rosa

A semana que passou teve como marca as altas temperaturas, atingindo números extremos, com termômetros registrando até 42°C; os registros mais recorrentes foram na faixa dos 38 a 39°C. O calor excessivo fez com que ocorressem chuvas localizadas, muito dispersas, com baixos volumes e alta intensidade. Essa condição climática irregular provocou problemas no desenvolvimento da cultura da soja em parte da região das Missões, onde a semeadura não avançou; em algumas lavouras ocorreu germinação-emergência desuniforme, em função do plantio com solo seco e baixa profundidade.

Fronteira Noroeste

O plantio da safra está concluído e 96% das lavouras implantadas na região estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 3% em floração e 1% em enchimento de grão. As lavouras implantadas mais cedo já estão fechando o dossel, com bom aspecto. É realizado o controle de plantas invasoras através da aplicação de herbicidas. Naquelas áreas com variedades mais precoces, os agricultores realizam a primeira aplicação de fungicida. Em alguns locais houve aparecimento de lagartas, mas bem abaixo do nível de controle.

Ijuí

A cultura está com bom desenvolvimento nos municípios da região Celeiro, localizada ao Norte, onde as precipitações foram adequadas no início do ciclo da cultura, embora atualmente enfrente déficit hídrico intenso. Os municípios dos Coredes Noroeste Colonial e Alto Jacuí enfrentam período de baixo volume de chuvas, comprometendo o bom desenvolvimento da cultura. É boa a sanidade da cultura.

Soledade

A semeadura da cultura ainda não foi concluída; em municípios do Baixo Vale do Rio Pardo, será necessário replantio devido a falhas na germinação por causa do solo seco. Em geral, as lavouras apresentam sintomas de estresse hídrico, porém a maior parte delas encontra-se nas fases iniciais de desenvolvimento e têm potencial de recuperação. O maior impacto é nas lavouras formadas por variedades precoces semeadas no cedo, que estão em florescimento. Não há registros de ocorrência de pragas na cultura. Com relação às doenças, os tratamentos fúngicos preventivos estão ocorrendo em lavouras implantadas no cedo, sendo realizados em horários de clima mais ameno: à tardinha, nas manhãs e em muitos casos de noite. Segue o controle de plantas invasoras em pós-emergência.

Erechim

A área plantada é de 234 mil hectares, com expectativa inicial de produtividade de 3.914 quilos por hectare; 95% das lavouras estão em estágio vegetativo e 5% em floração. Persistindo a estiagem, deverá haver perdas significativas da cultura. Produtores realizam tratamentos fitossanitários.

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Frederico Westphalen

A semeadura foi concluída na área prevista de 405 mil; 70% das lavouras se encontram em desenvolvimento vegetativo e 30% em floração. Embora o aspecto das lavouras seja bom, sem aparecimento de doenças e pragas até o momento, ainda assim, inicia-se a aplicação preventiva de fungicidas.

Passo Fundo

A cultura se encontra na fase de desenvolvimento vegetativo; em algumas lavouras, tem início a fase de floração.

Bagé

Em municípios como Hulha Negra e São Gabriel, o plantio não pôde ser concluído devido à falta de umidade no solo. Em outros, como Candiota, a cultura está sentindo os efeitos do estresse hídrico devido às temperaturas elevadas ocorridas durante na semana, que resultou em alta evapotranspiração. Poderão ocorrer em torno de 5 a 10% de replantios nas últimas lavouras implantadas. A maioria das lavouras está com a cultura bem enraizada, principalmente naquelas com boa condição de palhada. As próximas chuvas serão providenciais na região, para não agravar os prejuízos.

Pelotas

Foram encerradas as atividades de semeadura da soja, beneficiada pelas precipitações, mesmo que esparsas. Na região está semeada toda a área prevista inicialmente, de 406.891 hectares. A soja encontra-se predominantemente na fase de emergência e desenvolvimento vegetativo (82%). Outros 18% estão em início de florescimento. As precipitações que aconteceram nesta semana voltaram a favorecer grandemente a cultura, com o retorno da umidade no solo, proporcionando rápido desenvolvimento vegetativo. Produtores realizaram a capina química.

Porto Alegre

Da área total prevista de 115 mil hectares, 90,3% encontram-se semeados. O plantio está paralisado em decorrência da falta de chuva, e há problemas na germinação por causa das baixas precipitações, causando baixo estande de plantas na lavoura. A cultura em estágio vegetativo também sofre estresse pela baixa precipitação.

Caxias do Sul

A soja vem apresentando desenvolvimento vegetativo muito lento devido ao baixo volume de chuva registrado em todo o mês de dezembro, especialmente na segunda quinzena, quando não houve nenhuma ocorrência de precipitações na maioria dos municípios onde há o cultivo da oleaginosa. A expectativa de rendimento deverá ser revisada para baixo, pois a falta de água já comprometeu o potencial de rendimento.

Santa Maria

O plantio da soja foi encerrado, com área prevista de 975.355 hectares, 2,3% a mais que na safra anterior. Das lavouras implantadas, 97% estão em germinação/desenvolvimento vegetativo, 2,7% em fase de floração e 0,3% em fase de enchimento de grão. Em solos mais arenosos, como em Restinga Seca, há lavouras onde correu morte de plantas recém-germinadas.