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Veja o que esperar do mercado de soja na semana

Seca no Brasil, relatório do USDA e expectativa por acordo comercial entre Estados Unidos e China devem mexer com o humor dos compradores

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Mercado de soja deve ficar de olho em três fatores na semana que começa no dia 13. Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural

A semana fechou com o mercado pouco reagindo aos dados divulgados pelo Departamento de Agricultura norte-americano, o USDA. É possível que ainda haja algum reflexo na segunda, já que players ainda assimilam os novos números.

Em outra frente, Estados Unidos e China protagonizam o tão aguardado encontro para a assinatura da fase 1 do acordo comercial. A expectativa é de que ocorra no próximo dia 15, mas informações dão conta de que essa assinatura pode não ocorrer tão cedo.

No Brasil, as atenções se voltam para o Rio Grande do Sul, onde a safra será prejudicada pela forte estiagem que atinge o estado. Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na próxima semana. As dicas são do analista de Safras & Mercado, Luiz Fernando Roque:  

  • Enquanto aguardam pelos novos capítulos da guerra comercial entre Estados Unidos e China, os players digerem o último relatório do Departamento de Agricultura norte-americano, o USDA, e avaliam o clima para o desenvolvimento da safra na América do Sul. Sinais de demanda pela soja norte-americana completam o quadro de fatores.
  • O mercado continua demonstrando otimismo com os rumos da guerra comercial  entre estadunidenses e chineses. A próxima semana será decisiva. Conforme informações do governo norte-americano, a fase um do acordo comercial será  assinada no dia 15 de janeiro, na Casa Branca, com a presença do presidente Donald Trump. É importante que esta assinatura seja confirmada para que o mercado continue encontrando suporte.Além da confirmação, o mercado espera  que os detalhes deste acordo parcial sejam revelados, e que incluam a compra de grandes volumes de soja norte-americana por parte dos chineses em 2020. É importante, também, que estas compras comecem ainda no primeiro trimestre do ano. Tais fatos, se confirmados, devem levar Chicago a romper a barreira de US$ 9,50 por bushel nas primeiras posições. O volume de compras e o início das mesmas é fundamental para entendermos até onde Chicago pode ir no curto-prazo.Se a assinatura for adiada, o mercado voltará a ficar pessimista. E se o volume de compras for aquém do esperado ou o prazo para início das mesmas for mais longo, Chicago poderá não ter força para superar a linha de US$ 9,50.
  • O relatório do USDA de janeiro surpreendeu o mercado ao trazer uma elevação na safra norte-americana da temporada 2019/20, enquanto o mercado esperava por um corte. Além disso, os estoques mundiais foram elevados, e a safra brasileira, que passa por alguns problemas, não foi reduzida. Embora o relatório tenha sido considerado baixista, o tamanho dos ajustes e o foco na guerra comercial o tornaram pouco relevante.
  • No Brasil, as atenções se voltam para o Rio Grande do Sul. A baixa umidade registrada nas últimas semanas em regiões importantes do segundo maior estado produtor do país trouxe problemas. Parte das perdas é irreversível, mas se o clima melhorar poderemos ver ainda alguma recuperação. Mesmo com as perdas estimadas até este momento, o bom desenvolvimento das lavouras na faixa central do país ainda garante um potencial de produção recorde para o país. O clima pelos próximos 30 dias será fundamental para a definição da safra brasileira.