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A chuva vai voltar em junho? Veja a previsão do tempo para o mês

De acordo com a Somar Meteorologia, algumas áreas que precisam de chuva para finalizar a segunda safra podem continuar sob seca

Sul: Santa Catarina e Rio Grande do Sul terão os maiores volumes de chuva

Com o atraso da instalação da segunda safra de milho no Brasil, muitos produtores ainda precisam de chuva em junho para finalizar a lavoura. Para a região sul do Brasil, a boa notícia é que o acumulado de chuva aumenta em junho, principalmente entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul.

Apesar da previsão de mais um mês com chuva abaixo da média na região Sul, a climatologia e o término do fenômeno La Niña aumentam o acumulado total de precipitação no próximo mês.

“Até a terceira semana de maio, o acumulado mal chegou aos 150 milímetros no Rio Grande do Sul e ficou abaixo dos 100 milímetros em Santa Catarina e no Paraná. Em junho, no entanto, estimam-se mais de 100 milímetros em boa parte dos três estados, com extremos de 200 milímetros entre o norte do Rio Grande do Sul e o sul de Santa Catarina”, afirma o meteorologista da Somar Celso Oliveira, para evidenciar a maior quantidade de chuva.

Ainda assim, segundo ele, o mês deverá terminar menos chuvoso que o normal, sobretudo no norte do Paraná e no sul do Rio Grande do Sul.

Em relação às temperaturas, os primeiros de junho terão uma outra onda de frio. Mesmo assim, a temperatura mínima vai ficar acima da média histórica no Paraná, dentro do normal em Santa Catarina e abaixo da média apenas no Rio Grande do Sul. Já a temperatura máxima, normalmente registrada durante as tardes, vai ficar mais baixa que o normal nos três estados da região.

Sudeste: junho com precipitação abaixo da média no Sudeste

Mesmo com o retorno da precipitação no fim do mês, maio termina mais seco que o normal em praticamente todo o Sudeste. O cenário será semelhante em junho, com precipitação abaixo da média histórica nos quatro estados da região.

“Comparando com 2018, naquele ano, o acumulado ficou abaixo dos 25 milímetros na maior parte dos municípios e apenas áreas litorâneas receberam mais de 50 milímetros”, diz Oliveira.

Apesar de algumas madrugadas frias, a maior parte das ondas polares não vão conseguir avançar pelo interior da região. Por isso, a expectativa é de temperaturas mínima e máxima mais elevadas que a climatologia.

Centro-Oeste: chuva abaixo da média

Mesmo com o retorno da precipitação no fim do mês, maio terminará mais seco que o normal em praticamente todo o Centro-Oeste. A exceção é a divisa dos três estados que recebeu em média algo entre 50 e 100 milímetros.

O cenário com chuva abaixo da média vai continuar em junho, quando a maior parte de Goiás, leste de Mato Grosso e nordeste de Mato Grosso do Sul não devem recebem precipitação alguma nos próximos 30 dias. Apenas áreas do sudoeste e sul de Mato Grosso do Sul terão chuva um pouco mais intensa, acima dos 50 milímetros.

Algumas ondas de frio vão avançar pelo sul e oeste de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul, deixando a temperatura máxima mais baixa que o normal. No oeste de Mato Grosso e no norte de Goiás, as madrugadas também serão mais frias que o normal. Há risco de geadas nos primeiros dias e em meados de junho no sul de Mato Grosso do Sul.

Nordeste: precipitação abaixo da média

Maio termina mais seco que o normal em todo o Nordeste, apesar de tempestades registradas em algumas capitais e cidades litorâneas. A consequência negativa é vista na agricultura de algumas áreas como no interior de Sergipe, além de uma quantidade 160% maior de queimadas neste ano comparando com o mesmo período do ano passado, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Há mais de 50 dias não chove intensamente sobre boa parte da Bahia e do Piauí, além de áreas do sul do Maranhão e oeste de Pernambuco.

Em junho, apesar de acumulados absolutos elevados em algumas áreas da costa leste e norte do Nordeste, o mês continuará mais seco que o normal em praticamente toda a região. O acumulado vai oscilar entre 100 e 200 milímetros em boa parte da costa da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Maranhão. Por outro lado, no interior do Nordeste é possível que tenhamos 30 dias sem chuva alguma.

A temperatura vai permanecer acima da média histórica, apesar de algumas madrugadas frias especialmente nas áreas elevadas da Bahia e de Pernambuco.

Norte: precipitação enfraquece sobre a região

Apesar da cheia dos rios amazônicos, maio termina com muitas áreas com precipitação abaixo da média. Das áreas mais chuvosas, chama a atenção a região entre o norte do Amazonas e Roraima com mais de 500 milímetros. Em Benjamin Constant, no oeste do Amazonas, o acumulado alcançou 650 milímetros.

A chuva vai perdendo intensidade em junho, seja pela climatologia, seja pelo término do fenômeno La Niña. Quase toda a região vai receber menos chuva que o normal. “Isso não quer dizer que em números absolutos, os acumulados serão baixos. Roraima receberá mais de 350 milímetros, mas ainda assim, será menos que o normal”, explica Oliveira. Entre o sudeste do Pará e boa parte do Tocantins não será estranho os 30 dias de junho serem completamente secos.

Algumas ondas de frio, conhecidas como friagem, devem alcançar Rondônia, Acre e o sudoeste do Amazonas deixando a temperatura mais baixa que o normal. Já na maior parte da região Norte, o calor vai predominar.