NOS PRÓXIMOS DIAS

Alerta: ciclone pode causar prejuízos à costa do Sudeste

Há risco do sistema se transformar em tempestade subtropical se os ventos atingirem 83 km/h

ciclone extratropical
Foto: Envato

Uma área de baixa pressão atmosférica está se formando sobre o mar na costa do sudeste do Rio de Janeiro e está chamando a atenção dos meteorologistas. Isso ocorre porque o sistema pode se intensificar e gerar um ciclone independente, sem estar associado a nenhuma frente fria.

A previsão da queda de pressão é muito brusca até o domingo (18) e há risco do sistema se transformar em uma tempestade subtropical. Se isso ocorrer, o sistema será batizado de “Acará”, que é uma espécie de peixe.

“As tempestades subtropicais estão associadas a ventos de até 83 km/h. Há algumas divergências das diferentes simulações atmosféricas computadorizadas em relação à posição deste ciclone o que pode trazer estragos maiores ou menores dependendo do quão perto ele estiver da costa”, informa o meteorologista do Canal Rural, Arthur Müller.

Nesta quarta-feira (14), a Marinha do Brasil emitiu uma nota técnica alertando para a possibilidade de formação desse ciclone sobre o mar, a aproximadamente 235 km a sudeste da cidade de Arraial do Cabo, na região dos lagos, no litoral do estado do Rio de Janeiro. A amplitude dos estragos vai depender da evolução da pressão do ar na costa fluminense nos próximos dias. “O monitoramento do sistema é tão importante quanto a sua previsão”, diz Müller.

Furacão Catarina

Vale relembrar que o sistema mais forte que atingiu a costa do Brasil está prestes a completar 20 anos.

No dia 28 de março de 2004, o furacão Catarina atingiu a costa do Atlântico sul com ventos de 180 km/h, o que classificou o sistema na categoria 3 da escala Saffir-Simpson, que vai de 1 a 5 dependendo da velocidade dos ventos. O fenômeno ganhou esse nome por conta do estado que provocou mais estragos. Ao menos 40 cidades de Santa Catarina foram atingidas e também parte do Rio Grande do Sul.

De acordo com o Centro de Estudos e Pesquisas em Engenharia e Defesa Civil da Universidade Federal de Santa Catarina, quase 36 mil casas foram destruídas. O fenômeno provocou a morte de quatro pessoas e deixou mais de 500 feridas. O prejuízo estimado foi de R$ 1 bilhão.

“Na ocasião, houve muita comoção na comunidade meteorológica por ser um fato incomum e levou muitos meses até os especialistas usarem a nomenclatura de furacão e não de ciclone como inicialmente foi previsto”, diz Müller.