FENÔMENO CLIMÁTICO

Ciclone deixa rastro de destruição no Sul do Brasil

Fortes ventos e chuvas intensas causam estragos em municípios do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul

No Paraná, pelo menos 20 municípios foram severamente afetados pela passagem do ciclone extratropical.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as rajadas de vento atingiram velocidades de até 90 quilômetros por hora em Marechal Cândido Rondon, na região Oeste.

Imagens revelam os estragos, com árvores caídas nas ruas, parte de telhados no chão, vidros quebrados e carros danificados.

Destruição em Santa Catarina

Em Santa Catarina, a região serrana registrou ventos próximos a 147 quilômetros por hora.

Cerca de 300 mil residências ficaram sem energia elétrica.

Em Irineópolis, no norte do estado, o grande volume de chuvas resultou em ruas alagadas e uma lavoura de trigo completamente coberta pela água.

A Defesa Civil confirmou a explosão de uma nuvem que destruiu um galpão na cidade de Herval do Oeste.

Além disso, barragens de dois municípios precisaram ser fechadas para controlar o fluxo de água.

De acordo com o secretário de Estado da Proteção e Defesa Civil, coronel Luiz Armando Schroeder Reis, a explosão de nuvem não é um fenômeno climático comum.

Ele descreveu o evento como a descarga completa de água de uma nuvem em um único lugar, resultando em destruição.

O registro máximo de ventos durante a madrugada atingiu 147 km/h.

A operação das barragens foi necessária para regular o fluxo de água no Rio Itajaí, mas mesmo assim, o volume intenso provocou o aumento do nível do rio.

Ao longo de dois dias, foram registrados 150 milímetros de chuva na região.

Ciclone provoca morte no Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul, 51 municípios foram atingidos pelas chuvas volumosas, granizo e vendaval.

O fenômeno causou destelhamento de casas e prejuízos significativos para produtores de leite.

A Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul, conhecida como Gadolando, relatou a destruição de galpões e mais de 500 pecuaristas tiveram as estruturas de suas fazendas afetadas, principalmente na região de Celeiro, no noroeste gaúcho.

Marcos Tang, presidente da Gadolando, informou que houve destruição total dos galpões, incluindo a sala de ordenha e equipamentos.

Embora ainda não haja números precisos, há perdas de animais, principalmente suínos, e a situação dos produtores é crítica, já que não têm estrutura para ordenhar as vacas.

Tang ressaltou a necessidade de auxílio imediato para atender os animais e avaliar a extensão dos danos posteriormente. Centenas de produtores de leite foram atingidos.

Segundo a Defesa Civil Gaúcha, este é o terceiro ciclone a atingir a região em menos de 20 dias.

O governo estima que cerca de 18 mil pessoas tenham sido afetadas pelo evento climático. Mais prejuízos estão sendo atualizados, mas autoridades já confirmaram um óbito na cidade de Rio Grande, no sul do estado.

O governador em exercício, Gabriel Souza, destacou os danos econômicos nos setores agrícola e residencial.

Mais de 5 mil residências foram destelhadas até o momento.

A reconstrução de prédios públicos também será necessária, mas ainda não há uma estimativa precisa dos prejuízos.

A prioridade atual é cuidar das pessoas e da vida, e somente após o fim do evento será possível avaliar os danos com mais precisão.

Gabriel Souza ressaltou que o Rio Grande do Sul tem sido impactado por eventos climáticos, como secas e fortes chuvas, incluindo ciclones. Este já é o terceiro a atingir o estado este ano, causando danos econômicos significativos em 2023.