Agricultura

Chuvas elevam produtividade da cana-de-açúcar no Centro-Sul

Em relação ao açúcar total recuperável (ATR), a maioria das regiões apresenta variações negativas

A produtividade média dos canaviais da região Centro-Sul, que responde por cerca de 90% da safra brasileira de cana-de-açúcar, teve crescimento de 7,3% de abril a setembro — isso no comparativo com o mesmo período de 2021. De acordo com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), as chuvas acabaram favorecendo os rendimentos deste ano.

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No entanto, a umidade que beneficia a produtividade agrícola tem resultado, em geral, em uma menor concentração de açúcares na cana-de-açúcar, acrescentou o CTC em boletim divulgado na última sexta-feira (21). Segundo o centro, a produtividade subiu de 69,5 toneladas por hectare, na safra 2021/2022, para 74,5 t/ha no atual ciclo.

“A produtividade cresceu em todas as regiões do Centro-Sul, à exceção de Mato Grosso do Sul, que teve números superiores em agosto e setembro, mas não conseguiu recuperar as baixas… do começo da safra, que ainda refletiam a seca e a geada da safra 2021/22″, afirmou a equipe do CTC.

Conforme a empresa de biotecnologia e inovação que comercializa variedades de cana, as chuvas em setembro beneficiaram as canas de inverno, que deverão ter um melhor desenvolvimento vegetativo, assim como as brotações de soqueira da colheita de agosto.

Tonelada de cana-de-açúcar por hectare

cana-de-açúcar
Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil

Os destaques positivos em tonelada de cana-de-açúcar por hectare (TCH) continuam sendo as regiões de São José do Rio Preto e Araçatuba, ambas no interior paulista, com ganhos na produtividade acumulada de 21,6% e 15,7%, respectivamente. As duas localidades sofreram muito com as secas de 2020 e 2021, o que também interfere na base de comparação. “Com um melhor regime hídrico este ano, apresentam uma pequena queda na qualidade de matéria prima (ATR), porém, um significativo incremento em TCH.”

Em relação ao açúcar total recuperável (ATR), a maioria das regiões apresenta variações negativas devido ao melhor regime pluviométrico nos meses de junho a setembro, sendo exceções Minas Gerais e Goiás. No acumulado da safra até setembro, o setor observa uma queda de 1,28% no ATR, com o indicador marcando 140,90 kg de ATR por tonelada de cana colhida, segundo dados da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica). As informações partem da Reuters.

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