EMERGÊNCIA

Cidade no Acre vive a segunda maior cheia histórica

As águas de março vão fechar o verão e manter a chuva mais volumosa entre as regiões Norte e Nordeste no próximo mês

Cidade no Acre vive a segunda maior cheia histórica

A cidade de Brasiléia, que fica perto da capital do Acre, vive a segunda maior enchente da história. Mais de 3 mil pessoas tiveram que sair de suas casas já que a água do rio Acre cobriu os telhados. Segundo o último relatório do Serviço Geológico do Brasil, o nível do rio Acre continua subindo e nesta terça-feira (27) estava em 16,2 metros e pode atingir os 16,4 metros. A cota de inundação é de 14 metros.

“Não vai chover tanto quanto o período que contribuiu para que houvesse esta enchente. No entanto, a continuidade das pancadas vai retardar o processo de diminuição do nível dos rios”, explica o meteorologista do Canal Rural, Arthur Müller. Segundo ele, a água que escorre das bacias hidrográficas ainda continua mantendo as cheias mesmo quando a chuva para por alguns dias.

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O mês de março ainda vai ser de chuva mais volumosa nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, contrariando o que teríamos em um efeito normal em anos de El Niño como este que estamos vivendo. A atuação da Zona de Convergência Intertropical, favorece as nuvens carregadas em áreas que já estão recebendo muita chuva, como é o caso de parte do Matopiba também.

Os volumes podem passar dos 200 milímetros em boa parte da metade sul da região Norte, Mato Grosso, Goiás , Minas Gerais e interior da Bahia e sul do Maranhão. “Esta umidade pode até atrapalhar a colheita, mas beneficia os cultivos de milho segunda safra, por exemplo”, diz Arthur. Já parte do Sul do Brasil e a faixa leste do Nordeste não devem receber nem 100 milímetros de chuva em algumas áreas.

Em relação às temperaturas, ainda deve ser quente em boa parte do Brasil, mas vamos observar já uma diminuição significativa em parte da região Sul onde a incursão de massas de ar frio deve ocorrer de forma mais precoce este ano. “As máximas ainda podem bater os 40°C no oeste de Mato Grosso do Sul, sudoeste de Mato Grosso, sertão nordestino e Roraima”, diz Arthur.

Em compensação, norte do Rio Grande do Sul, faixa leste de Santa Catarina, leste do Paraná e sul de Minas Gerais, alguns dias de março terão máximas abaixo dos 20°C. “O enfraquecimento do El Niño é em parte responsável por esta condição de frio antecipado”, finaliza Müller.