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Milho embaixo d’água: alagamentos destroem lavouras no Paraná

Um único agricultor informa ter perdido 5 hectares de plantio do cereal

Produtores de milho, soja e feijão do Paraná estão sofrendo com a erosão do solo por causa do excesso de chuva registrado, sobretudo, no decorrer dos últimos dias. Além disso, a chuva forte e os alagamentos provocam o forte escoamento superficial e carrega o fertilizante aplicado nas sementes recém-plantadas.

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Agricultor de São João, municípío do sudoeste paranaense, Fernando Dagios perdeu cinco hectares de milho em decorrência dos alagamentos. Imagens enviadas por ele à reportagem do Canal Rural mostram que o espaço que era para ser mantido o cultivo do cereal foi tomado pela água. A cidade é cortada pelo Rio Chopim, que aumentou o nível nos últimos dias e passa perto da propriedade rural de Dagios.

“Ano passado, o problema foi a seca durante o milho verão e também no milho segunda safra” — Fernando Dagios

O produtor rural lamenta que, por razões diferentes, as condições climáticas prejudicam diretamente o seu trabalho com a cultura do milho pelo segundo ano seguido. De acordo com ele, em 2021 o motivo de reclamação foi a estiagem. “Ano passado, o problema foi a seca durante o milho verão e também no milho segunda safra, agora estamos com este problema de excesso de umidade”, conta Dagios.

lavoura de milho alagada
Fernando Dagios/arquivo pessoal
lavoura milho
Fernando Dagios/arquivo pessoal

Alagamentos no Paraná

A lavoura de milho de Fernando Dagios não foi o único local do sudoeste do Paraná a sofrer com alagamentos. Desde a última semana, as fortes chuvas provocaram cratera em rodovia, deslizamentos de terra e até fizeram com que uma casa fosse arrastada pela correnteza no município de Francisco Beltrão.

chuvas - paraná - francisco beltrão - casa arrastada
Foto: Twitter/reprodução

Em boletim divulgado na noite de domingo (16), a Defesa Civil do Paraná avisou que ao menos 176 pessoas permanecem desalojadas em seis cidades: Bom Sucesso do Iguaçu, Coronel Vivida, Dois Vizinhos, Francisco Beltrão, Pato Branco e Salgado Filho. Além disso, conforme noticiado pelo Canal Rural, foram registradas cinco mortes em consequência das chuvas dos últimos dias 10 e 11 — desde então, uma pessoa segue desaparecida.

No total, de acordo com a Agência Brasil, 2.267 paranaenses foram desalojados em decorrência das chuvas e dos alagamentos. Ou seja: são pessoas que tiveram que deixar suas casas temporariamente e se hospedar na casa de parentes, amigos ou em hotéis ou pousadas. Outras 226 pessoas desabrigadas tiveram que ser acolhidas em abrigos ou albergues.

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