Casos de raiva animal preocupam criadores em São Paulo

Foram realizados 140 exames nos municípios paulistas no primeiro semestre de 2016

Fonte: Reprodução/Canal Rural

Os casos de raiva animal têm preocupado criadores em alguns municípios de São Paulo e, segundo o instituto biológico estadual, só no primeiro semestre foram realizados 32 exames a mais em comparação com o ano passado. Um dos principais desafios para controlar o surto é o controle da população de morcegos transmissores.

Em Atibaia, no interior de São Paulo, uma bezerra do sítio do produtor rural Rubens Pedroso foi mordida por um morcego e contraiu o vírus da raiva há dois meses. Segundo ele, esse foi o primeiro caso registrado em 40 anos na propriedade.  “Meu funcionário telefonou e disse que tinha uma bezerra caída, aí eu falei para ele não mexer, pois não sabia o que poderia ser feito e chamei o veterinário, que suspeitou que era raiva”, disse.

De acordo com o veterinário Edson Rocha, a paralisia é um dos principais sintomas para hipóteses de doenças neurológicas.

A bezerra não sobreviveu à doença e foi enterrada com cal virgem e o material coletado foi levado para análise no Instituto Biológico de São Paulo, onde foi constatado de que se tratava de raiva. Após o laudo, os funcionários que esteve em maior contato com o animal ficou dez dias em observação e todos os cuidados para evitar novos casos na propriedade foram adotados.

A coordenadoria de defesa agropecuária do estado foi acionada e fez uma busca na região por locais de possíveis abrigos de morcegos hematófagos, transmissores da raiva rural. Eles chegaram até um poço desativado localizado há 800 metros do local aonde a bezerra foi mordida. No buraco foram encontrados 38 morcegos.

“A gente faz uma entrevista e pergunta se teve ataque de morcego recente e, a partir disso, a gente começa a percorrer a região em um raio de 10 quilômetros, de propriedade em propriedade, perguntando sobre possíveis abrigos de morcego, como gruta, caverna ou casa abandonada”, explicou o técnico de apoio e combate ao morcego, Tiago Junior Porfírio.

Aumento de análises

Segundo o instituto biológico paulista, houve aumento no número de materiais enviados para análise. No primeiro semestre de 2015, foram 109 amostras, contra 140 no mesmo período deste ano. Os municípios que mais estão sofrendo com o problema são: Atibaia, Socorro, Bragança Paulista e Pindamonhangaba. A vacinação ainda é o principal meio para se evitar a doença.

O estado, no entanto, conta apenas com 27 equipes de busca por abrigos e controle da população de morcegos. “A equipe é reduzida, mas uma vez em que há notificação da raiva e há necessidade de fazer o trabalho de captura dos morcegos na região, há uma transferência dos técnicos de outras regiões”, justificou a diretora do Escritório de Defesa Agropecuária de Bragança Paulista, Larissa Liguori.