A cidade de Cristalina, em Goiás, está na contramão de quase todo o Brasil quando o assunto é geração de empregos. A cidade ocupou o quinto lugar no ranking nacional e o campo foi responsável por 80% das vagas criadas, fechando 2016 com 3.079 novos postos de trabalho.
De acordo com o presidente da Associação de Engenheiros Agrônomos da Região de Cristalina (Aecris), Renato Caetano, são aproximadamente 2,2 mil empregos diretos nesse segmento. “A partir daí temos os empregos indiretos, que são as empresas voltadas para atender a agricultura, fazendo com que a cidade se envolva no agro, com revendas, empresas de máquinas, engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas e prestadores de serviços em todas as fases de produção”, disse.
Apesar de Cristalina ser conhecida pelas lavouras de grãos, é a fruticultura que tem se destacado na criação de empregos no município. A atividade, iniciada há apenas três anos, ainda é nova na região e, como os processos de cultivo e colheita não são mecanizados, cada hectare cultivado gera pelo menos dois empregos formais.
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“Na fruticultura, a gente está trabalhando em média com duas pessoas por hectare. Já em grandes produções, como a soja, há a necessidade de um emprego para cada 100 hectares, e nas outras culturas, como no hortifrúti, batata e cebola, você daria um emprego para cada 10 hectares”, disse o fruticultor Edson Carlos da Silva.
O tratorista João Batista, 45 anos, comemora o fato de ter ficado apenas oito dias desempregado em 2016, quando deixou uma propriedade especializada em grãos para migrar para o setor de frutas. “Estou gostando de trabalhar com frutas, pois é bem traquilo. O serviço é melhor até do que trabalhar com grão”, disse.
O projeto de fruticultura na região ainda está no início, mas a expectativa é de que em poucos anos boa parte dos pequenos produtores adotem a atividade. Se isso acontecer, a fruticultura pode elevar a renda de mais de duas mil famílias, gerar mais empregos e colocar o município em um lugar de destaque na produção de frutas no Centro-Oeste.
“Quando a gente inserir entre 25% a 30% desses pequenos produtores nesse processo de produção de frutas, Cristalina vai ser referência na oferta desses alimentos”, falou Caetano, demonstrando otimismo para o futuro na região.
