Combate ao Aedes aegypti se intensifica em zonas rurais

Mosquito é transmissor da dengue, febre Chikungunya e do zika vírus

Fonte: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas

Agentes de saúde estão intensificando o combate ao Aedes aegypti em áreas agrícolas após o aumento no número de casos provocados pelo mosquito. Em Piracicaba, só em 2015, foram registrados 144 ocorrências e nesta semana o primeiro caso de zika vírus, em uma gestante, foi confirmado.

Diante deste cenário, a preocupação com os focos de proliferação se tornou diária para o engenheiro agrônomo José Rodolfo Penatti, de 83 anos. Ele e o filho monitoram os recipientes onde a água pode ficar acumulada e chegarem a desenvolver bebedouros que funcionam com a gravidade, dessa forma, os animais são sempre servidos com a água limpa que vem do poço. “Aqui na propriedade estamos sempre lavando, trocando a água e fazendo com que ela circule limpa. Temos que estar sempre atentos, de olho no mosquito”, explica.

Além de não deixar água parada, é importante limpar os recipientes pelo menos de dois em dois dias, alerta Lucilene do Carmo Martins, que assessora as equipes do programa municipal Saúde da Família. Os ovos do Aedes aegypti, que são transparentes no início, alojam-se nas bordas e podem durar até dois anos. Eles eclodem quando colocados na água e a larva consegue ser visualizada, explica 

O coordenador do plano municipal de combate à dengue, Sebastião Amaral Campos, afirma que precisa haver uma preocupação constante tanto na área urbana quanto na rural, apontando para as mutações que o mosquito vem sofrendo. “A cada ano aparecem coisas diferentes. Essa forma que ele tomou pode se adaptar à zona rural… Existem muitos bairros que já têm uma característica próxima da urbana, então já começam a aparecer outros casos”.

Além do trabalho de prevenção, Piracicaba é pioneira em São Paulo no uso do mosquito transgênico, uma técnica já utilizada em Porto Alegre (RS). O Aedes aegypti fabricado em laboratório é macho e não pica. Sua função é copular as fêmeas selvagens, gerando crias que morrem na fase de larva.

De acordo com Campos, os resultados têm agradado. “Procuramos por novas alternativas porque o tradicional, chamando de casa a casa, não vem funcionando e a nossa opção foi achar alternativas no mercado”, explica.