Crédito para compra de máquinas na Agrishow soma R$ 1,7 bilhão

Oferta de recursos para financiamento de equipamento agrícola pode fazer resultado da feira superar expectativas. Empresa oferece troca de trator por sacas de café

Fonte: Agishow/divulgação

Os organizadores da Agrishow, feira que começou nesta segunda, dia 25, em Ribeirão Preto (SP), esperam manter o volume de negócios da última edição do evento, de quase R$ 2 bilhões. Mas os bancos pretendem superar essa meta, graças ao crédito reforçado disponível para a compra de máquinas agrícolas.
 
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza, afirma que, além dos R$ 850 disponíveis através do Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota), há R$ 810 milhões do programa similar do Banco do Brasil. “Temos R$ 1,7 bilhão para cobrir o financiamento nas aquisições de máquinas e equipamentos”.

Para o superintende executivo de agronegócio do banco Santander, Carlos Aguiar, o movimento no primeiro dia da feira ainda não permite traçar um diagnóstico. Mas ele espera chegar a uma movimentação pelo menos 10% superior à de 2015. 

“Nós trouxemos R$ 850 milhões de crédito pré-aprovado para mais de 1.100 clientes. Eles simplesmente decidem o que comprar ou financiar para a próxima safra, vêm aqui e já saem com a operação contratada”, explica Aguiar.

O Banco do Brasil oferece mais de R$ 500 milhões em recursos próprios disponíveis para crédito. Mas a grande aposta da instituição é um aplicativo desenvolvido para a feira em que o cliente pode fazer a proposta de financiamento online.  “Entendemos que o aplicativo vai facilitar ainda mais o recebimento de propostas e o retorno ágil para os nossos clientes”, afirma o diretor de distribuição de Sâo Paulo do banco, Carlos Netto.

Os visitantes da Agrishow conseguem taxas de juros a partir de 7% ao ano. No entanto, o produtor de soja Elton Szweryda Santos, que quer comprar um trator na feira, não gostou das condições oferecidas. Segundo ele, há pouco mais de um ano, os juros estavam entre 4% e 4,5% ao ano. “É uma diferença enorme. E parece pouco, mas, para a agricultura, é muito caro”, diz ele.

Barter

Como estratégia de comercialização, a LS Tractor no oferece a possibilidade de trocar sacas de café por máquinas. É o chamado barter, um tipo de operação em que não é preciso fazer o pagamento em dinheiro. O coordenado comercial da empresa, Pedro Campos, afirma que o travamento da compra é feito com base no preço de café na bolsa, parcelado em até três anos.