Cresce liderança feminina no agronegócio

Segundo dia do Fórum Nacional de Mulheres do Agronegócio debateu a alta na participação das mulheres comando de cooperativas 

Fonte: Divulgação/MDA

Dados recentes da Organização das Nações Unidas apontam que apenas 27% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres no Brasil. No agronegócio, no entanto, essa realidade parece estar mudando, principalmente no cooperativismo que registrou nos últimos dez anos uma importante ascensão feminina no comando das atividades.

Durante o segundo dia do Primeiro Fórum Nacional de Mulheres do Agronegócio, realizado em São Paulo, foram destacadas as histórias de líderes como a presidente da Comissão de Produtoras Rurais da Farsul, Zenia Aranha da Silveira, que tem como objetivo principal convencer outras mulheres de que a união é o melhor caminho para ter espaço e sucesso em um universo ainda predominantemente masculino.

“Nós fizemos um diagnóstico da realidade feminina no campo e notamos uma dificuldade muito grande das mulheres em administrar suas propriedades, pois eram muito desinformadas. Com isso, fizemos vários seminários, fóruns e visitas técnicas para tentar capacitar essas mulheres”, disse Zenia, que preside há 16 anos a primeira missão no Brasil formada por mulheres produtores rurais.

Além de uma maior participação das mulheres na rotina do campo e na tomada de decisões nas propriedades, o setor registrou nos últimos dez anos o destaque feminino em posições de liderança, principalmente em cooperativas. “O resultado disso tem sido extraordinário. As mulheres têm participado, a gente tem visto inclusive mudança de gestão. A mulher traz mais pessoas e ela é assídua e muito fiel aos princípios cooperativista”, disse a presidente do Conselho de Agronegócio da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) de Ribeirão Preto, Monika Bergamashi.

Um bom exemplo para essa nova realidade é a presidente da Cooperativa Mista de Manacapuru (AM) de Manaus, Eliana Medeiros, que foi a primeira presidente da entidade em 53 anos. “Foi uma mudança muito boa e hoje tem outra cooperativa lá com outra mulher à frente e eu vejo esse crescimento no Amazonas. Eu tenho muito orgulho porque já levei o nome da cooperativa pra outros países, como Inglaterra e África do sul.”

Histórias como da Eliana fizeram do último dia do fórum um festival demonstrações de como o poder feminino pode transformar a realidade em diversos setores do mundo agro. “As mulheres cuidam do meio ambiente, pois elas têm esse olhar da prorrogação da vida, da continuidade pelos filhos e netos. A gente enxerga que as mulheres possuem um papel fundamental dentro do agronegócio”, finalizou a diretora daTNC Brasil, Adriana Kfouri.