Já está na hora de vender o milho estocado? Analistas explicam o que fazer

Até o momento, apenas 65% da safra 2016/2017 foi comercializada, o que representa cerca de 43 milhões de toneladas

Fonte: Renata Silva/ Embrapa Rondônia

Os produtores de milho seguraram as vendas do grão neste ano em busca de preços melhores, mas os valores ainda estão bem abaixo dos registrados em 2016 e, segundo os analistas, há chance de o valor reagir por causa da forte demanda interna e uma possível diminuição da área.

“Na safra 2015/2016, quem investiu no milho e teve produtividade viu a rentabilidade aumentar. Já neste ano, o cenário mudou e os armazéns estão abarrotados, pois o produtor continua com receio na venda do cereal”, disse o analista de mercado Victor Carvalho.

Até o momento, apenas 65% da safra 2016/2017 foi comercializada. São cerca de 43 milhões de toneladas e, desse volume, pouco mais de nove milhões foram enviadas ao mercado internacional.

“O que estamos recomendando ao produtor é que segure mais um pouco. Até o final do ano, deverão surgir oportunidades e o preço subirá um pouco mais, pois esta queda ajudou muito o mercado de aves e suínos e as margens estão boas. O mercado está vendendo bastante no atacado e a demanda deve continuar forte no final do ano, com margem para o preço subir”, disse.

O Brasil é o segundo maior exportador de milho do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Com isso, a expectativa é de que as exportações mudem este cenário e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) acredita que o volume chegue a R$ 26 milhões de toneladas. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), no entanto, acredita que o Brasil exporte 36 milhões de toneladas, o que será um recorde.

“Considerando o milho que a gente tem disponível aqui no mercado interno, nossa exportação poderia ser ainda maior e chegar até 40 milhões de toneladas. É difícil falar que isso vai acontecer, mas o Brasil tem esse potencial”, afirmou a analista de mercado Ana Luiza Lodi.

De acordo com a analista, 8% da safra 2017/2018 já foi plantada no Brasil, mas a estimativa é que ela seja um pouco menor, provocando alta nos preços, o que reforça a ideia de que esperar ainda é a melhor opção.