Fazenda de Minas produz cachaça e atrai turistas

Há dez anos a família decidiu abrir a área para visitantes, hoje o local recebe cerca de 120 pessoas por semana

Fonte: Canal Rural

Uma família no interior de Minas Gerais resolveu abrir as porteiras para o turismo e, ao investir na preservação da natureza e na venda de produtos artesanais, está atraindo muitos visitantes e aumentando a renda.

No município de Veríssimo, no Triângulo Mineiro, uma velha estrada de terra leva à fazenda de Domingos Pessato, um mestre na arte de fazer cachaça. Aos 91 anos, ele ensina aos filhos os segredos da profissão que aprendeu aos 12 anos com o pai. O trabalho existe há gerações na família Pessato. No antigo engenho, Zé Augusto e os irmãos produzem cerca de 50 litros de cachaça por dia.

A produção é artesanal, feita com a simplicidade típica do povo mineiro. A cana é triturada e transformada em garapa, o caldo passa pelo processo de fermentação, que dura de 20 a 24 horas. Depois, o líquido é aquecido no alambique e o vapor é condensado por resfriamento, produzindo assim a cachaça.

– Ela vai sair aproximadamente com 24°, 25°, quanto mais alto for o grau, mais ela rende a pinga. Até 18° ela é pinga, abaixo de 18° já não é mais pinga, já é considerada água ardente – explica José Augusto Pessato, produtor de cachaça.

A bebida é vendida aos visitantes por R$ 7 o litro. O produto leva o nome do anfitrião, assim como a cachoeira, principal atração turística da propriedade. São mais de 20 metros de altura. A água vem da nascente do córrego São Félix e é tão limpa que em vários trechos é possível ver o fundo do rio. Antes de cair na água, o visitante pode encarar uma trilha na mata, o trajeto dura mais ou menos 1 hora. 

Há dez anos a família decidiu abrir a área para visitantes, com o passar do tempo o movimento cresceu e hoje o local recebe cerca de 120 pessoas por semana. Para profissionalizar a atividade, Zé Augusto buscou a ajuda do Centro de Informações do Turismo Rural de Uberaba (Citur). O projeto deu certo e hoje o turismo já representa 30% do faturamento mensal da propriedade.

– Nós precisamos fazer uma área de camping e um restaurante rural, uma coisa mais rústica, não vou nem colocar energia lá embaixo. Com isso, eu vou diversificar minha renda que é o que esta precisando – projeta Zé.

No mesmo projeto de turismo rural participam outras 19 propriedades da região, com diversas atrações turísticas.

– Nós fazemos muita questão de mostrar que o turismo é uma atividade, um negócio que o produtor agrega à propriedade rural e também fazemos o papel de promover e comercializar. Em Minas Gerais, principalmente no interior, a culinária, a cultura mineira, ela já é bem aceita em qualquer parte do mundo, basta se estruturar, aproveitar o potencial existente e ganhar dinheiro com isso – diz Alex Sandro de Oliveira, coordenador do Citur.