MG: 10 mil caminhões deixaram de transitar durante greve de fiscais agropecuários

Paralisação dos 400 profissionais gerou prejuízo para a cadeia produtiva 

Fonte: Canal Rural

Os fiscais agropecuários de Minas Gerais encerraram na noite desta segunda, dia 31, a greve no estado. Na manhã desta terça, dia 2, mais de 400 profissionais retornaram as atividades, mas os prejuízos para o agronegócio mineiro ainda estão sendo contabilizados. Na Central de Abastecimento (Ceasa) de Uberlândia, um dos principais pontos de comercialização de produtos agrícolas do Triângulo Mineiro, as fiscalizações ficaram suspensas por 15 dias. Durante este período, os mais de 10 mil caminhões que transitam pelo local toda semana ficaram sem inspeção do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).

– Nós deixamos de emitir documentos para o trânsito de frutas como banana, uva, citrus em geral, produtos pelos quais devem ser emitidos documentos sanitários para realizar o trânsito interestadual e o trânsito municipal – disse o fiscal assistente agropecuário Marcos Luciano Moreira.

A falta da emissão de guias de permissão de transporte vegetal dificultou o trabalho dos comerciantes. Vinkler Cleber Reis vende toda semana cerca de 30 toneladas de produtos para estados como Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás. Nos últimos 15 dias, ele conta que teve uma redução de 15% no faturamento.

– Cada estado tem seu regimento interno referente à sanidade dos produtos. Como eu transporto, por exemplo, para Mato Grosso do Sul, a documentação exigente lá é outra. Com esse problema da não emissão das guias, meu cliente diminuiu meus pedidos, porque falta o
registro de saúde daquele produto – afirmou.

Negociação

A greve foi encerrada quando a Associação dos Fiscais Agropecuários de Minas Gerais (AFA-MG) aceitou a proposta do governo estadual. Uma das principais reivindicações da categoria era o reajuste da gratificação por desempenho e escolaridade, que será pago em duas parcelas pelo governo: a primeira em outubro deste ano e a segunda em janeiro de 2016.

Foi acordado também a criação de uma comissão para rever o plano de carreira dos fiscais. Por enquanto, a greve está suspensa por 60 dias.

– Em reunião com a Secretaria de Planejamento foi acordado que se não for cumprido o prazo das reivindicações desses 60 dias, a gente volta à greve – disse o fiscal agropecuário Clenilson Gonçalves dos Santos.