Neloristas esperam movimentar R$ 400 milhões em 2015

Estimativa de crescimento é uma consequência do preço do boi gordoCom o preço da arroba do boi gordo em alta, a pecuária vive um bom momento. O desempenho do setor estimula a busca pelo melhoramento genético do gado de corte e deve impulsionar o mercado de leilões da raça nelore neste ano.

Esse é o sentimento de pecuaristas e profissionais que participaram da Road in Farm. O evento abriu as portas de fazendas do noroeste de São Paulo e de Mato Grosso do Sul para mostrar os resultados alcançados com a seleção do rebanho.

O diretor da Central Leilões, Lourenço Campos, acredita que os leilões da raça nelore deverão movimentar, no mínimo, R$ 400 milhões neste ano. A estimativa de crescimento do mercado de leilão de gado em 2015 é uma consequência do preço do boi gordo. O custo da reposição também aumentou e o bezerro teve mais de 10% de valorização em um ano.

– O país está num momento delicado, bastante conturbado, mas a pecuária está mostrando uma certa estabilidade, senão um pouco acima até do mercado inteiro, como um todo. Estamos passando por uma fase feliz – conta a pecuaristas Adriana Salles Zancaner Aranha Pereira.

Para aproveitar o bom momento do setor, muitos pecuaristas estão investindo cada vez mais em melhoramento genético do gado de corte. Mais de 50 mil animais da raça nelore são comercializados por ano no Brasil. O trabalho de seleção do rebanho exige o acompanhamento do desempenho de cada animal dentro da fazenda.

O coordenador de pecuária Luís Adriano Teixeira explica que eles possuem um banco de dados com quase 500 mil informações, de peso a desmama.

– Toda esta informação vai para a USP em Pirassununga, para rodar a avaliação, tirar o que é efeito de fazenda, de pasto, de chuva, o que a gente chama de não-genético ou ambiental, e eu saber o que está por baixo do couro – explica Teixeira.

Pecuaristas que participam de grupos como este e visitam outras fazendas vão em busca de conhecimento, técnicas de manejo e também ficam de olho em animais que podem estar à venda nos leilões, como o médico veterinário Fábio Segabinazzi.

– O que a gente quer é produzir uma carne de qualidade. Se o mercado depois vai pagar por esta qualidade é outra conversa, mas a gente tem que produzir uma carne de qualidade. Como? Fazendo animais que tenham potencial de fazer esta carne de qualidade – aponta Segabinazzi.

Edição de Gisele Neuls