Produção de espumantes cresce no Rio Grande do Sul

Região da Serra Gaúcha representa 20% de toda a produção nacional da bebidaO consumo de espumante vem crescendo no Brasil. Para atender a demanda e também o paladar cada vez mais apurado do brasileiro, as vinícolas do Rio Grande do Sul vêm se especializando em produtos superiores, feitos com o método tradicional, quando a fermentação acontece dentro da própria garrafa.

O clima e solo favoráveis fazem do Vale dos Vinhedos, na Serra Gaúcha, o local ideal para a elaboração de espumantes. Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale), Juarez Valduga, a entidade conta atualmente com 30 vinícolas de mais de mil famílias. A região representa 20% de toda a produção nacional de espumantes.

Na região também fica a maior cave familiar da América Latina, com capacidade para seis milhões de garrafas. Todas, produzidas com o método champenoise, ou tradicional, aquele descoberto por acaso pelo monge francês dom perignon. Ao invés de grandes tanques, a fermentação acontece dentro de cada garrafa.

– Parece simples, mas dá muito trabalho. Hoje, seguimos rigorosamente o processo francês, se tivesse outro método, iriamos seguir. No começo a gente começa de um vinho base, em seguida colocamos dentro de cada garrafa licor de tiragem, isso é levedura e açúcar. Depois tem o berçário, a tomada de espuma e vai pra dentro da adega, onde vai ficar por muito tempo – explica o enólogo João Valduga.

A fase final acontece nos últimos 28 dias. É preciso girar levemente cada garrafa, uma vez ao dia, para que toda a levedura que gerou as borbulhas durante o processo, se concentre lá na ponta da garrafa. Esse processo é o que vai dar a explosão e as famosas estrelas de dom perignon para a bebida. O método clássico de elaboração é pré-requisito para os produtos com denominação de origem do vale.

– De quatro a cinco anos temos a previsão de lançarmos o nosso espumante pelo método champenoise. Estamos fazendo investimentos na parte de estrutura, caves para envelhecimento e elaboração, e neste ano vamos elaborar o nosso primeiro vinho base pra este espumante – explica o enólogo André Larentis.

O processo de processo de adaptação dos produtores, principalmente para obter a denominação de origem, já começa no sistema de condução das videiras, que precisa ser o de espaldeira, na vertical. É um trabalho minucioso para fazer com que a tradicional bebida de fim de ano seja também a do ano inteiro.