Produtores fazem revezamento na irrigação por causa da seca no DF

O projeto Expedição Safra promove escalonamento entre os produtores para preservar o pouco de água que resta 

Fonte: Marcelino Ribeiro/Embrapa

A área irrigada caiu 30% no Distrito Federal em relação ao ano passado e, por causa da falta de água, os produtores precisaram escalonar a irrigação para conseguir colher sem grandes perdas de produtividade.

Na fazenda do produtor rural Dalton Mazzoco, por exemplo, uma barragem completamente seca demonstra o drama vivido na região. Muitos outros produtores do Distrito Federal foram afetados pelo clima na última safra e, quando precisaram irrigar, estavam sem água. Segundo o produtor, a solução foi dividir o que tinha disponível em sistema de escalonamento, que foi organizado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), no projeto “Expedição Safra”.

“Nós Formamos vários grupos e, nesses grupos, cada produtor tinha os dias de molhar. Eu tenho uma empresa que controla a irrigação para usarmos só o necessário”, disse Mazzoco.

De acordo com a extensionista da Emater-DF, Amanda Venturim, mesmo com escalonamento, alguns produtores ainda não conseguiram fechar o ciclo da cultura irrigando. “O produtor tem que estar com a manutenção em dia do pivô, com os bicos limpos, com a cultura bem manejada e respeitando o período de irrigação”, falou.

A expedição visitou mais de 100 propriedades com cerca de 250 pivôs. A área total chega a 13.600 hectares, 30% a menos do que foi plantado na safra passada, segundo a cooperativa que representa os produtores da região.

Segundo o diretor da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), são contabilizadas 41 sub-bacias e 70% é retirada dos rios. Com o regime de chuvas cada vez menor, o produtor precisa se adaptar.” Nessas bacias que nós estamos considerando críticas na época de seca, todos os usuários que estão cadastrados lá estão sendo chamados pela Adasa para uma mesa de negociação para que cada um possa colocar a situação que está a sua produção”, disse o diretor da agência, Diógenes Mortari.

O secretário adjunto de agricultura, Sebastião Andrade, argumenta que o problema só pode ser resolvido com a união de forças. “Essa não é uma ação só de governo, mas nós temos que, obrigatoriamente, ter a participação de todos os envolvidos nessa questão. O produtor regulando bem seu equipamento, fazendo a irrigação correta, não jogando mais água do que o necessário na planta, escolhendo os horários, escalonando bem, organizando bem ao longo da bacia”, concluiu.