Produtores de uvas finas projetam recuperação após safra anterior ruim

Com a colaboração do clima, viticultores projetam produção maior de frutas e retomada da rentabilidade

Fonte: Divulgação/Coop. Viníocla Garibaldi

Os vinhos finos nacionais, que ganharam espaço nas prateleiras e já provaram a sua qualidade, devem ficar mais baratos e mais competitivos em relação aos importados neste ano. A razão disso é que a produção de uvas finas está indo bem e deve trazer aos viticultores recuperação dos prejuízos causados pela quebra na safra passada.

A colheita de uvas finas começa normalmente entre o final de fevereiro e o inicio de março. Por enquanto, as frutas seguem se desenvolvendo bem, sob as telas que as protegem de chuvas, insetos e pássaros. “Neste ano, o clima se comportou bem. Em comparação com o ano passado, estamos com uma perspectiva de ganhar cerca de 20% a 25% em termos de produtividade. No ano passado tivemos muita chuva quando o parreiral estava se formando”, explica Fábio Góes, enólogo de uma fazenda localizada em São Roque, no interior paulista.

A cidade, famosa por vinhos mais populares e de garrafão, abriu espaço também para as uvas europeias, matéria-prima dos vinhos finos. Na vinícola onde trabalha o diretor comercial Luciano Lopreto, 40 variedades de uvas finas foram testadas nos últimos 15 anos. Dessas, 18 se adaptaram bem ao clima da região e passaram a ser cultivadas.  

Com o clima favorável, os cachos cheios e os frutos grandes mostram que este ano vai ser de fartura: a expectativa de Lopreto é colher 8 toneladas por hectare.  “No ano passado nós tivemos aumento de custos acima da inflação e isso nos tirou competitividade em relação a outras bebidas e ao produto importado”, conta o diretor. “Esperamos agora uma retomada de valores que se aproximem mais de 2015, ou seja, mais baixos.”