Reforma da Previdência pode diminuir interesse dos jovens pelo campo

Produtores rurais que começam a atuar na atividade se preocupam com novas regras, como aumento da idade mínima para aposentadoria

Fonte: Lucas Nascimento/Seduc

As propostas de reforma da Previdência não preocupam apenas os produtores rurais que estão prestes a se aposentar. Jovens agricultores também reclamam que as novas regras que o governo quer emplacar podem desestimular a permanência na área rural. O assunto foi discutido nesta sexta-feira, dia 17, na Expo Agro Cotricampo, evento realizado em Campo Novo (RS).

Municípios que dependem do setor agropecuário serão duramente atingidos, caso a reforma da aposentadoria seja aprovada. O presidente da cooperativa Cotricampo, Gelson Bridi, afirma que, dos 9 mil associados da entidade, cerca de 74% são provenientes da agricultura familiar, e dependem da aposentadoria rural. “Em nossa região, deixariam de circular em torno de R$ 17 milhões por mês, valor muito alto para pequenos municípios”, diz ele.

As novas medidas para a Previdência, que incluem o aumento da idade mínima para aposentadoria rural, levam os jovens a se perguntarem se valeria a pela permanecer no campo. O estudante Buno Lange, de 12 anos, afirma que as mudanças podem atrapalhar seus planos, mas não vão impedi-lo de atuar na atividade.

O pai do garoto, Rudilei Lange, é produtor de milho e se preocupa com o futuro dos filhos na área rural. “Com certeza eles vão colocar isso na balança, e vão pensar se devem ficar na atividade e trabalhar”.

Estudante de Agronomia, Moacir Guedes Pelizzon afirma que vem percebendo que colegas vêm deixando o campo. “O pessoal mais jovem está partindo para a cidade, justamente por questões como essa da Previdência”, conta. “Se o jovem não ficar no campo, o que vai ser da agricultura?”