Tudo pronto para a abertura oficial da colheita do arroz no RS

Um dia antes de as máquinas entrarem em campo, produtores tiveram a oportunidade de acompanhar avanços da genética do cereal

Fonte: Roberta Silveira/Canal Rural

Já está tudo preparado para a abertura oficial da colheita do arroz que acontece n amanhã deste sábado, em Cachoeirinha, no Rio Grande do Sul. No entanto, antes de as máquinas entrarem em campo, os produtores tiveram a oportunidade de acompanhar os avanços da genética.

O momento é importante para o setor, que se recupera das perdas na colheita de 2016. O arroz está valorizado no Rio Grande do Sul, com a saca custando cerca de R$ 50 e, ao que tudo indica, a produção deve vir dentro da média, em torno de 8,5 milhões de toneladas.

“Este ano nós temos uma característica especial, já que a comercialização está na mão do produtor, à medida que não se tem estoque. Se o produtor tiver uma postura e exigir um preço remunerador, certamente ele vai levar”, disse o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles.

O Rio Grande do Sul é maior produtor do país e também uma referência em qualidade do produto, conforme relata o gerente da divisão de pesquisa do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), Rodrigo Schoenfelf. “Além de ser um produto de qualidade incomparável, ele também vem isento de resíduos, de uma lavoura 100% legalizada ambientalmente, com outorga de uso de água e licenciamento ambiental.”

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Durante o evento, uma marca de sementes demonstrou na panela a diferença de qualidade que pode fidelizar o paladar mais exigente. “Para que a gente tenha um cozimento de arroz bom e soltinho, precisamos trabalhar isto no programa de melhoramento. Um indicativo do arroz ser soltinho é o teor de amilose e, muitas vezes,num programa de melhoramento,você leva de oito a dez anos para conseguir esta característica fixa de um teor de amilose alto”, disse a engenheira agrônoma Marília Rosler Vinhas.

O arroz soltinho, no entanto, nem sempre faz parte da preferência. A cultivar BRS 358 da Embrapa, por exemplo, é especial para a culinária japonesa e mais adaptado ao solo e clima do Brasil. “Para fazer o sushi, o arroz pegado ou para comer de palitinho. O nosso longo, fino e soltinho não é indicado para esse prato e, por isso, percebemos que existe um mercado crescente de restaurantes com demandas deste tipo de produto”, disse o pesquisador da Embrapa Ariano Magalhães.