Veja o que se sabe sobre o novo Plano Safra

A redução de juros deve vir acompanhada por prazos menores para quitar os financiamentos. No caso de custeio, o período deve baixar de dois para um ano

Fonte: Pixabay

O plano safra empresarial 2017/2018 vai ser anunciado na próxima quarta-feira e a previsão é que os juros sejam um pouco menores do ano anterior, mas o prazo pra pagar os financiamentos vai ser mais curto também.  O governo deve liberar 186,4 bilhões, montante que não é nem 1% maior do que foi ofertado na temporada passada, com taxas de juros que devem cair um ponto percentual em relação ao ano passado, quando chegaram a 9,5% e 12,5%.

“A agricultura tem que ser tratada de uma maneira diferenciada aos juros de mercado, principalmente quando o recurso é equalizado dos depósitos à vista dos bancos, que não tem custo nenhum. Esses juros, certamente, podem ser menor e nós vamos brigar que, pelo menos, ele seja 2% menor do que o ano passado”, falou o presidente da Aprosoja Brasil, Marcos da Rosa.

A redução de juros deve vir acompanhada por prazos menores para quitar os financiamentos. No caso de custeio, o período deve baixar de dois para um ano e, nas operações de investimento, a redução deve ser de 15 para 12 anos. “Houve uma ligeira redução na taxa que vai ser concedida ao crédito, mas por outro lado, o governo também encurtou o período com o qual a pessoa que concede o crédito tem que fazer o pagamento. Então, de um lado você coloca uma mão, do outro você tira, mas a gente tem que entender que o momento é de crise e as coisas podem melhorar assim que a economia retomar o crescimento”, analisou o economista e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), José Eustáquio.

O próprio ministro da agricultura reconhece que a redução dos prazos é uma manobra para conseguir baixar juros. “Com a nova lei que foi criada no Brasil ,dando teto de gastos para o país, significa que todos nós temos que caber dentro do mesmo orçamento”, disse.

O Seguro Rural, no entanto, ainda é uma incerteza, pois o Ministério da Agricultura anunciou que iria oferecer R$ 400 milhões para a política em 2017, mas, até agora, só aplicou R$ 44 milhões, sendo que os gastos com seguro até o momento já estão próximos de R$ 100 milhões.

“Nós não temos um seguro que realmente resolva o problema da produção agrícola, que proteja o produtor quando ele colher abaixo dos custos e é por isso que nós vamos ficando endividados ao longo dos anos e essa solução ainda não apareceu”, falou Marcos da Rosa.

Enquanto os números não são revelados, o secretário de Política Agrícola, Neri Geller, garante que o novo Plano Safra vai ser bom para o setor. “Nós vamos anunciar um plano safra dentro do possível, no sentido de viabilizar a produção, com alguma redução da taxa de juros e volumes significativos. Eu não vou anunciar antes porque não está 100% fechado e quem vai anunciar isto é o Presidente da República.”