Araguari (MG) discute desafios da cafeicultura durante Dia de Campo

Evento foi promovido por produtores locaisO Dia de Campo promovido pela Associação dos Cafeicultores de Araguari (ACA), neste fim de semana, em Minas Gerais, foi além da exposição de máquinas para melhorar a lida na lavoura. Na sétima edição, o evento conta com uma área experimental que reúne 80 pesquisas em andamento destinadas à região do cerrado.

Entre os experimentos, especialistas revelam as novidades nas áreas de irrigação, poda e adubação. Além disso, fazem projeções sobre a queda na produção da próxima safra de café.

As lideranças do setor comemoram os bons resultados das mudanças nos conceitos de gerenciar as propriedades cafeeiras através da certificação. Para a Organização Internacional do Café (OIC), certificar lavouras e produto é sinônimo de preservação ambiental e aumento na qualidade do café e na produtividade.

– Há 10 ou 15 anos, no Brasil, não se falava em qualidade. Hoje o mundo reclama qualidade. Hoje, em qualquer shopping, você vê quatro cafeterias – comenta o presidente da  ACA, Nivaldo Souza Ribeiro.

O grande desafio na próxima década é reduzir ao máximo a oferta de grãos de baixa qualidade, para aumentar o consumo internacional da bebida. Para o agrônomo e pesquisador da fundação Procafé, Roberto Santinato, em primeiro lugar, falta assistência técnica.

De acordo com Santinato, o Brasil tem 270 mil propriedades que produzem café. Deste total, 75% tem até 12 hectares e responde por 23% da produção brasileira. O pesquisador acredita que é difícil estimular o produtor familiar a investir em café de qualidade em regiões distantes dos centros de comercialização.

– Quem que vai garantir o preço que ele vai ganhar mais por este café? – questiona.