BC aumenta projeção da inflação e revê previsão de crescimento da economia

Estimativas estão em relatório divulgado nesta segunda pela instituiçãoO Banco Central aumentou a projeção de inflação para este ano, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 6,1% para 6,2%, acima do centro da meta de 4,5%. A meta tem margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, o limite superior é de 6,5% e o inferior é de 2,5%.

Essa projeção é feita com base no cenário chamado de referência, em que a taxa básica de juros, a Selic, permanecerá em 13,75% ao ano e a taxa de câmbio em R$ 2,40. As informações são do Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta segunda, dia 22.

Para 2009, no primeiro trimestre a estimativa de inflação é de 6,3% e 4,7% no último trimestre, enquanto que no quarto trimestre de 2010, a projeção ficou em 4,2%. A projeção para o final de 2009, no relatório de setembro, era de 4,8% e no fim do ano seguinte era de 4,7%.

No cenário de mercado, com base nas projeções de analistas de mercado da Selic e do câmbio, a projeção para a inflação de 2008 (6,2%) é de 0,2 ponto percentual maior do que no relatório anterior. Para o fim 2009, a expectiva é de inflação de 4,5%. Para o quarto trimestre de 2010, a projeção de inflação é de 4,3%.

O BC também revisou de 5% para 5,6% a projeção para o crescimento da economia em 2008, baseada no PIB ? Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços produzidos no país. 

Segundo o relatório divulgado nesta segunda, essa estimativa maior é resultado da incorporação do crescimento econômico observado no terceiro trimestre deste ano.

“Ressalte-se que o resultado expressivo assinalado no terceiro trimestre do ano não refletiu os impactos do agravamento da crise nos mercados financeiros sobre as condições de crédito e o nível de incertezas de consumidores e empresários, ambiente que deverá se traduzir em desaceleração da atividade econômica no último trimestre do ano”, diz o documento.

Em 2009, no entanto, o BC considera que o PIB deve cair para 3,2%, o que deve ser “sustentado, pelo quarto ano consecutivo, exclusivamente pela demanda interna”.

“A projeção para a expansão anual do PIB considera a ocorrência de desempenho favorável em todos os setores da economia, mas em cenário de desaceleração generalizada, em relação a 2008 e 2007”, diz o relatório.