Balança comercial tem superávit de US$ 4,861 bilhões

É o melhor resultado para meses de abril. Embarques de soja em grão no mês passado foram os maiores da história do país, chegando a um total de 10,1 milhões de toneladas

Fonte: Tânia Rego/Agência Brasil

A balança comercial brasileira teve superávit (exportações maiores que importações) de US$ 4,861 bilhões em abril. É o melhor resultado para meses de abril desde o início da série histórica em 1989. Os dados foram divulgados nesta segunda, dia 2, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. No primeiro quadrimestre, a balança acumula saldo positivo de US$ 13,249 bilhões.

O resultado positivo resultou de US$ 15,374 bilhões em exportações e US$ 10,513 bilhões em importações. As vendas externas cresceram 1,4% sobre abril de 2015 e subiram 5,7% em relação a março de 2016 segundo o critério da média diária, que mede o valor negociado por dia útil.

Do lado das compras do Brasil no exterior, houve queda de 28,3% no volume diário negociado na comparação com abril de 2015. As importações ficaram estáveis em relação a março de 2016.

Soja

Os embarques de soja em grãos no mês passado foram os maiores da história do país, chegando a um total de 10,1 milhões de toneladas. O recorde anterior havia sido em junho de 2015, quando as exportações de soja totalizaram 9,8 milhões de toneladas.

“O recorde ocorre mesmo em cenário de queda significativa nos preços da soja, com redução de 9,5% em abril. Mas a queda de preço foi mais do que compensada pelo aumento de 54% na quantidade exportada do grão no mês”, afirmou o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Daniel Godinho.

Açúcar

O Brasil exportou em abril 1,528 milhão de toneladas de açúcar bruto e refinado, volume 26,48% menor que os 2,078 milhões de toneladas embarcados em março e 72,4% superior ante as 886,2 mil toneladas registradas em igual mês de 2015. Dados do MDIC mostram que, do total embarcado no mês passado, 1,232 milhão de toneladas foram de açúcar demerara e 295,8 mil toneladas, de refinado.

A receita obtida com a exportação total de açúcar em abril passado foi de US$ 486,4 milhões, 22,47% menor que a registrada em março (US$ 627,4 milhões) e 57,7% acima dos US$ 308,4 milhões computados em abril de 2015.
No acumulado de 2016, foram exportadas 7,806 milhões de toneladas de açúcar (+32%), com receita de US$ 2,346 bilhões(12,9%).

Etanol

O Brasil exportou em abril 71,8 milhões de litros de etanol, queda de 65,3% na comparação com os 207,1 milhões de litros embarcados em março, mas aumento de 241,9% frente os 21 milhões de litros de igual período de 2015. Os dados foram divulgados pelo MDIC.
A receita cambial com a venda do biocombustível alcançou US$ 39 milhões em abril, recuo de 63,2% ante os US$

106,1 milhões registrados em março. Em relação aos US$ 10,5 milhões de litros de abril de 2015, houve aumento de 271,4%.

No acumulado de 2016, as exportações somam 705 milhões de litros (+97,7%), com receita de US$ 352 milhões (+73,7%). 

Suco de laranja

A receita com exportação de suco de laranja do Brasil cresceu 105% em abril na comparação com o mesmo mês de 2015, de US$ 79,2 milhões para US$ 162,4 milhões, informou o MDIC. Em relação a março de 2016, houve uma queda de 0,92% sobre os US$ 163,9 milhões registrados naquele mês.

O volume de suco de laranja exportado no mês passado foi de 223 mil toneladas, 4% maior do que as 214,4 mil toneladas embarcadas em março e 179,1% superior ao total de 79,9 mil toneladas de abril de 2015. As fortes variações positivas e negativas entre os meses são comuns no mercado exportador de suco de laranja. Elas ocorrem principalmente devido às escalas dos navios cargueiros utilizados para o envio da bebida ao exterior, os quais transportam grandes volumes da commodity.

O preço médio da tonelada de suco exportada em abril foi de US$ 728,20 ante US$ 991,4 em abril de 2015 e US$ 764,30 por tonelada em março de 2016.

Com o resultado de abril, as vendas acumuladas de suco no primeiro quadrimestre de 2016 alcançaram 894,4 mil toneladas, 36,13% mais que as 657 mil toneladas embarcadas no mesmo período de 2015. A receita acumulada soma US$ 741,6 milhões, 3,76% acima dos US$ 714,7 milhões registrados nos quatro primeiros meses do ano passado.

Café

A exportação brasileira de café em grão no mês de abril (20 dias úteis) alcançou 2.232,2 mil sacas de 60 kg, o que corresponde a uma diminuição de 20,7% em relação a igual mês do ano passado (2.815,0 mil sacas). Em termos de receita cambial, houve diminuição de 30,57% no período, para US$ 325,5 milhões em comparação com US$ 468,8 milhões registrados em abril de 2015. 

Quando comparada com março passado, a exportação de café em abril apresenta redução de 19,57% em termos de volume – em março os embarques somaram 2.775,3 mil sacas. A receita cambial foi 19,8% menor, considerando faturamento de US$ 405,9 milhões em março passado.

Nos primeiros quatro meses deste ano, o volume de café exportado pelo Brasil caiu 6,9% em comparação com o mesmo período do ano passado. Foram embarcadas 10.161,40 mil de sacas de janeiro a abril deste ano, ante 10.913,70 mil de sacas no mesmo período de 2015. A receita cambial, no entanto, apresentou forte queda de 26,5%. O País faturou US$ 1.491,5 milhão, em comparação com US$ 2.028,8 milhão nos primeiros quatro meses de 2015.

Milho

Os embarques de milho ao exterior desaceleraram no último mês em relação a março, mas o volume exportado do grão cresceu 131% sobre abril do ano passado. Segundo dados do MDIC, foram 367,6 mil toneladas, ante 159,2 mil toneladas no ano anterior. A receita cresceu 81,6%, de US$ 32 milhões em abril de 2015 para US$ 58,1 milhões agora. 

Na comparação com março, contudo, o desempenho foi negativo. Foi dada prioridade à movimentação com soja e isso se refletiu na exportação de milho. O volume embarcado do cereal no mês passado foi 81,8% inferior às 2,024 milhões de toneladas de março. Já a receita caiu 82,8% em relação aos US$ 337,9 milhões obtidos.

O preço médio do milho exportado em abril, considerados 20 dias úteis, foi de US$ 158,10 a tonelada, abaixo dos US$ 167/t registrados em março. O valor é 21,4% menor que o de abril do ano passado, quando o preço médio do milho exportado foi de US$ 201,1/t.

Bovinos

Em carne bovina in natura,  foram exportadas em abril 86,6 mil toneladas, 4% mais que as 83,4 mil toneladas do mesmo mês do ano passado. Já a receita recuou 2,2%, para US$ 339,4 milhões. O desempenho se deveu, sobretudo, à redução do preço médio recebido pelo produto, de 6% ante abril de 2015 (de US$ 4.164,1/t para US$ 3.916,8/t/). 

Na comparação com março de 2016, o volume caiu 14% ante as 110,9 mil toneladas exportadas e a receita recuou 18% em relação aos US$ 411,8 milhões recebidos. Mas o preço médio naquele mês – de US$ 3.713,50/t – foi inferior ao obtido em abril.

Nos quatro primeiros meses de 2016, as vendas de carne bovina totalizaram 374,98 mil toneladas, 18,9% mais que as 315,4 mil toneladas em igual período do ano passado. Já o faturamento ficou em US$ 1,445 bilhão este ano, 11,35% acima do US$ 1,30 bilhão obtido entre janeiro e abril de 2015.

Suínos

As vendas externas de carne suína in natura totalizaram 52,9 mil toneladas, 47,4% mais que as 35,9 mil toneladas embarcadas em abril de 2015, mas abaixo das 56,7 mil toneladas (-6,7%) de fevereiro. A receita somou US$ 100 milhões, alta de 16,9% ante os US$ 85,5 milhões registrados no mesmo período do ano passado e de 1% ante os US$ 99,2 milhões de março. 

No mês passado, o preço médio da tonelada ficou em US$ 1.890,1 ante US$ 1.747,8 em março e US$ 2.379,1 em abril de 2015.

No acumulado do ano, as exportações de carne suína in natura avançaram 22,6%, atingindo US$ 347,3 milhões ante US$ 283,20 milhões em 2015. Em volume, o avanço foi de 71,4%, passando de 112,4 mil toneladas para 192,6 mil toneladas.

Frango

Os embarques mensais de carne de frango do Brasil (considerando todos os produtos, entre in naturas, salgados e processados) superaram novamente as 420 mil toneladas, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).  Em abril, os embarques atingiram 421 mil toneladas, volume 25% superior ao registrado no ano anterior. Este é o segundo melhor resultado da história do setor.

As exportações acumuladas em 2016 chegaram a 1,46 milhão de toneladas, volume 15,4% superior ao registrado nos quatro primeiros meses de 2015. Graças ao forte ritmo, a receita cambial alcançou elevação de 9,8% no quarto mês deste ano em comparação com o ano anterior, chegando a US$ 620 milhões. No quadrimestre, com US$ 2,11 bilhões, houve retração de 2,17% em relação ao ano anterior.

O saldo é ainda mais positivo na receita em reais, com crescimento de 28,7% no resultado do mês de abril – com R$ 2,21 bilhões – e de 27,1% no quadrimestre – com R$ 8,01 bilhões.