Bill Gates financia projeto de brasileiro que ganhou prêmio do Canal Rural

Mateus Marrafon criou uma fita semeadora biodegradável que pode ajudar na produção de agricultores familiaresO engenheiro agrônomo Mateus Marrafon, vencedor do prêmio Jovem Inovador, promovido pelo Canal Rural em 2008, vai desenvolver seu projeto de combate à fome com o financiamento da Fundação Bill & Melinda Gates, mantida pelo fundador da Microsoft, Bill Gates. Marrafon criou uma fita semeadora biodegradável que auxilia no plantio e aumenta a rentabilidade da produção de agricultores familiares.

O projeto nasceu da dificuldade que a família do idealizador tinha para dosar o plantio de sementes através da máquina.

– Minha mãe era pequena agricultora e plantava milho. Tínhamos muita dificuldade de regular a dosagem de sementes na máquina, porque ela era muito antiga. A gente deveria pensar em algo para facilitar. Em 2004, fiz agronomia em Bandeirantes (PR) e, em 2006, tive a ideia do plantio em fita. Na primeira experiência, vimos que a fita não atrapalhava em nada a germinação – conta.

Em entrevista ao Bom Dia Campo desta quinta, dia 3, o pesquisador mostrou uma fita para a cultura do milho. O espaçamento entre as sementes é de 18 centímetros, intervalo onde sementes de outras culturas podem ser plantadas. Como o papel da fita é biodegradável, com o sol e a água, a semente rompe o material e não tem o crescimento inibido.

– Essa fita é higroscópica, ela absorve mais umidade e a deixa próxima da semente. Em um plantio em fita, se consegue uma germinação muito mais uniforme do que na semeadura comum – destaca o engenheiro.

Segundo ele, a tecnologia pode proporcionar uma rentabilidade três vezes superior em relação ao plantio convencional. O espaçamento é muito preciso, o que garante aumento de produção de área, além da diversidade de culturas.

– Vamos levar o projeto para a África, que tem uma agricultutra bem defasada em relação ao Brasil. O grande produtor sempre tem uma tecnologia de ponta, acessos, o pequeno, não – afirma Marrafon, acrescentando que a máquina de plantar para a fita (que também pode ser implementada de forma manual) é mais barata do que a convencional.

Para saber mais sobre o projeto, assista à entrevista completa:

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