Boi: custo com confinamento e embargo chinês ainda preocupam mercado

Segundo a Safras, houve um pouco mais de movimentação com aqueles frigoríficos que operam apenas dentro do mercado doméstico

O mercado físico de boi gordo registrou preços estáveis nesta segunda-feira. Segundo o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, houve um pouco mais de movimentação com aqueles frigoríficos que operam apenas dentro do mercado doméstico.

Já a situação dos grandes frigoríficos pouco mudou, com os embarques para a China ainda embargados. “O fato é que não há indicações de retomada das exportações. O que se sabe é que a China teve acesso a todos os laudos sobre os casos de EEB no início de setembro. O Brasil ainda contou com o respaldo da OIE que manteve o status sanitário brasileiro. Ou seja, do ponto de vista da sanidade animal não há mais entraves que justifiquem embargos”, assinalou Iglesias.

Enquanto a China não retoma as importações de carne bovina do Brasil, o mercado pecuário permanece tenso, com os frigoríficos remanejando suas escalas de abates e os pecuaristas “enfrentando custos elevadíssimos de manutenção dos animais nos confinamentos”, completou o analista.

Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou R$ 302 – R$ 303 na modalidade à prazo. Em Goiânia (GO), a arroba seguiu em R$ 287. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 301 – R$ 302. Em Cuiabá, o valor do boi ficou em R$ 283, estável. Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 300 a arroba.

Atacado

Já no mercado atacadista, os preços da carne bovina ficaram estáveis após uma pequena queda na segunda-feira. “A preocupação é exatamente a mesma desde que passou a vigorar o embargo chinês. Caso a situação se prolongue, a preocupação é que seja necessário disponibilizar a carne estocada nas câmaras frias e nos portos no mercado doméstico, o que resultaria em forte queda dos preços da carne no atacado e consequente revisão para baixo dos preços do boi gordo” alertou Iglesias.

O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 21,25 por quilo. Já a ponta de agulha foi precificada a R$ 16,10 por quilo. O quarto dianteiro foi cotado a R$ 16,20, por quilo.