Cartilha orienta produtores sobre certificação da cachaça de alambique

A publicação é resultado do Programa Nacional de Certificação da Cachaça (PNCC), desenvolvido pelo Sebrae, Inmetro e Ministério da AgriculturaA pequena fazenda Prazer de Minas, localizada na cidade de Esmeraldas, a 50 quilômetros do centro de Belo Horizonte (MG), produz cachaça artesanal de alambique. De lá, a bebida destilada brasileira segue para os mercados de Portugal e de outros países da Europa. Para garantir as vendas, o produtor Euler Chaves tratou de enviar aos compradores internacionais o certificado de qualidade da sua cachaça.

O Sebrae, junto com o Inmetro, quer aumentar o número de produtores como Euler, que possui produto certificado. Para isso, as duas instituições desenvolveram a ‘Cartilha de Certificação da Cachaça de Alambique’. A publicação está disponível nos postos de atendimento do Sebrae nos  estados.

A publicação é resultado do Programa Nacional de Certificação da Cachaça (PNCC), desenvolvido pelo Sebrae e Inmetro em conjunto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento .O material aborda questões como o que é a certificação, sua importância, como produzir e proceder para certificar a cachaça, requisitos de responsabilidade social, saúde, segurança e meio ambiente, legislação.

A partir do estabelecimento da parceria com o ministério, o Inmetro publicou o Regulamento de Avaliação da Conformidade (RAC) para a cachaça. O objetivo é reconhecer a marca, por meio do Selo de Identificação da Conformidade, das cachaças produzidas corretamente, quer nos aspectos técnicos, quer nos legais, sociais e ambientais.

? Com esse reconhecimento, os produtores têm melhores chances de competir com marcas já consagradas tanto no mercado nacional quanto no internacional ? afirma o técnico da Unidade de Agronegócios do Sebrae Aníbal Sales Bastos.

De acordo com o técnico, há 44 pequenas empresas que produzem cachaça artesanal certificadas pelo PNCC.

A Certificação de Conformidade não é obrigatória para o setor, lembra o produtor Euler Chaves. Porém, ele defende que o reconhecimento deveria ser obrigatório para que cada vez mais sejam inseridos nos mercados produtos brasileiros de qualidade.

? Em 2008 senti o desejo de mostrar para o meu consumidor que o produto da Prazeres de Minas era certificado ? afirma.

Na opinião do produtor Euler e do gerente geral de Operação da Fazenda Vale Verde, Rafael Gonçalves Horta, os consumidores ainda não possuem muito conhecimento sobre a questão da certificação.

? É preciso que haja maior divulgação para os consumidores. A maioria não sabe que a certificação é resultado da boa execução de todos os processos que exige a produção da cachaça.

? São procedimentos que muitas vezes encarecem o produto ? afirma Rafael, que gerencia a Fazenda Vale Verde, localizada na cidade de Betim, em Minas Gerais.

A pequena propriedade comercializa a cachaça que produz para quase todos os estados do País e a bebida que sai de lá foi considerada a melhor do Brasil pela Revista Playboy, conta Rafael. A cachaça Vale Verde adquiriu sua certificação em junho em 2007 por meio do Programa Nacional de Certificação da Cachaça (PNCC).