Agricultura

Ceagesp perde 7 mil toneladas de alimentos; prejuízo estimado em R$ 20 mi

Segundo a companhia, os setores mais atingidos pela enchente foram as frutas, as verduras e os legumes. Pescados e flores não registraram problemas

Trabalhadores da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), uma das principais empresas estatais brasileiras de abastecimento
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Uma enchente atingiu a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), na capital paulista, e sete mil toneladas de alimentos foram perdidas. A estimativa é que os atacadistas tenham prejuízo de aproximadamente R$ 20 milhões.

Os setores mais atingidos pela enchente foram as frutas, as verduras e os legumes. As áreas de pescados e flores não registraram problemas. Com esta terça-feira parada, sem comercialização dos produtos, o prejuízo é estimado em até R$ 4 milhões.

“Por sorte, de domingo para segunda, o estoque é menor para o mercado em função do domingo não haver comercialização. Os estoques eram baixos e os produtos que chegaram foram, juntamente com esse estoque baixo, os mais afetados”, disse o responsável pela área de economia da companhia, Flávio Godas.

Ele pede que os produtores rurais [estimados em 25 mil] que abastecem o entreposto não coloquem seus produtos em trânsito antes de se comunicar com o permissionário.

Segurança alimentar e abastecimento

Os portões do entreposto continuam fechados para entrada e saída de mercadorias, até que a situação dentro do mercado esteja normalizada. O presidente afirma ainda que o fechamento reforça medidas de segurança alimentar, para que nenhum alimento contaminado seja comercializado e chegue indevidamente à mesa do consumidor. Todos os alimentos que estão no local estão sendo levados a um aterro, sob fiscalização, para impedir que sejam consumidos.

“Não enxergamos, nesse primeiro momento, risco de desabastecimento porque o dia em que isso aconteceu foi no domingo para segunda-feira, quando o estoque era baixo e os boxes ainda não tinham recebido a mercadoria. As mercadorias seriam recebidas na segunda-feira. O volume comercializado na segunda-feira também é menor. Então isso não acarretaria muito em desabastecimento e risco de [aumento] de preço [dos produtos]”, disse o presidente da empresa, Johnni Hunter Nogueira.

De acordo com Rubens Reis, gerente de mercado da Ceagesp, a companhia comercializa, por dia, de 10 a 11 mil toneladas. “Esse produto ou está na região produtora ou está no meio do caminho. Sendo restabelecida a Ceagesp, esse produto começa a chegar. Vamos trabalhar arduamente para poder escoar o mais rápido possível, com abertura durante 24 horas”, disse. “O problema de desabastecimento eu acho pouco provável [de acontecer]”, ressaltou.

Nogueira disse que as equipes estão trabalhando 24 horas para tentar agilizar o processo de limpeza do local. Os turnos das equipes de segurança e fiscalização também foram aumentados.

“Nossa maior preocupação foi com o descarte desses alimentos. Todos os permissionários que estavam envolvidos, orientados pela companhia, e junto com as nossas equipes, estão descartando os alimentos que poderiam estar contaminados pelas águas. Orientamos eles a fazer o descarte, que será feito para um aterro sanitário. E contratamos mais caminhões, carregadeiras e máquinas para que isso seja feito da forma mais breve possível”, afirmou.

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) apontaram que São Paulo teve a pior chuva em quase 40 anos. Desde 1983 não chovia tanto em um só dia.

O Entreposto Terminal de São Paulo (ETSP) da Ceagesp está localizado em área baixa, na zona oeste da capital, muito próxima aos rios Pinheiros e Tietê, região constantemente suscetível a alagamentos.