Agronegócio

Coronavírus: pacote econômico de socorro ao agro tem anúncio adiado

Uma fonte ouvida pelo Canal Rural afirmou que há insegurança dentro do Ministério da Economia sobre o impacto desses recursos no Orçamento

dinheiro, crédito rural, investimento, financiamento, subsídio, Plano Collor, seguro rural, convênio 100, renda, Fundos Constitucionais, fethab, custeio, pacote econômico, coronavírus
Ministério da Agricultura solicitou medidas para dar suporte ao setor em meio à pandemia de coronavírus. Foto: Pixabay

O pacote de medidas econômicas de socorro ao agronegócio, por conta da pandemia do novo coronavírus, teve seu anúncio adiado para a próxima semana. A informação foi dada pelo secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Eduardo Sampaio, nesta sexta-feira, 3.

Sampaio já havia revelado nos últimos dias que a pasta espera conseguir, junto ao Ministério da Economia, a prorrogação de dívidas de custeio e investimento, a abertura de uma linha de crédito emergencial para agricultores familiares – principalmente para os mais afetados, como os produtores de leite, hortifrútis e flores – e a ampliação de crédito concedido ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Apesar de o PAA ser coordenado pelo Ministério da Cidadania, o aumento de recursos garantiria que um número maior de pequenos produtores pudessem vender as mercadorias.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, já havia recebido o aval do ministro da Economia, Paulo Guedes, para que os pedidos fossem tramitados. Ainda na terça-feira, 31, o ministério solicitou ao Banco Central a realização de reuniões extraordinárias do Conselho Monetário Nacional (CMN) para que as ações fossem debatidas e, preferencialmente, aprovadas. Mas, desde então não há mais notícias sobre o andamento do pacote.

Uma fonte ouvida pelo Canal Rural afirmou que há insegurança dentro do Ministério da Economia sobre o impacto que essa liberação de recursos pode causar ao Orçamento. A pasta tem feito diversas manobras nos últimos dias para sustentar ações de combate à covid-19. Medidas tomadas para manutenção de renda e empregos já demandam do governo federal um caixa de aproximadamente R$ 200 bilhões.

Membros do ministério estariam demorando para autorizar a viabilidade do pacote econômico por temerem sanções futuras do Tribunal de Contas da União (TCU). O gargalo estaria no embaraço jurídico e orçamentário.

Rio Grande do Sul

Além das soluções econômicas voltadas para os problemas gerados pelo novo coronavírus, o Ministério da Agricultura também solicita à Economia apoio financeiro para produtores rurais do Rio Grande do Sul atingidos pela estiagem. Nesta quinta-feira, 2, o Banco Central publicou a resolução 4.796 que muda, temporariamente, as regras do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (ProAgro).

Devida à impossibilidade de realização de vistorias presenciais no período de quarentena, produtores poderão acessar o ProAgro de forma remota. Aqueles que ainda não solicitaram o benefício, devem assinar um termo de responsabilidade e entregá-lo, junto do comunicado de perdas, à instituição financeira.

De acordo com o Ministério da Agricultura, com a mudança de regras, 4.500 produtores que já entregaram o comunicado de perdas poderão colher suas produções. “Isso evita ainda mais perdas para esse produtor que já foi prejudicado. Cada dia que ele fica sem colher, é um prejuízo a mais”, disse o diretor do Departamento de Gestão de Riscos, Pedro Loyola.