TRIGO EM CHICAGO

Diplomata russo culpa Ocidente pelo fim do acordo de grãos do Mar Negro

Com o fim do acordo, o trigo encerrou com preços significativamente mais baixos nesta segunda-feira (17), na Bolsa de Chicago

O embaixador russo na Bielorrússia, Boris Gryzlov, atribuiu a culpa do fim do acordo para o corredor de grãos no Mar Negro ao Ocidente e à Ucrânia.

Segundo Gryzlov, “as partes falharam sistemática e propositalmente em implementar todos os parâmetros-chave e termos”.

Ele citou a explosão do conduto de amônia Togliatti-Odessa em território ucraniano e ataques a infraestruturas civis na Crimeia e em Sevastopol, conduzidos com uso de vias marinhas desenhadas para a exportação de grãos.

Já o Ocidente teria falhado em cumprir seus compromissos de reconectar o banco agrícola russo Rosselkhozbank ao sistema internacional de pagamentos SWIFT, além de retomar o fornecimento de componentes para veículos agrícolas, entre outras coisas.

Mercado ‘precificou’ fim do acordo

A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo encerrou com preços significativamente mais baixos. A saída da Rússia do corredor de grãos no Mar Negro já foi precificada pelo mercado, conforme o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento.

Ainda assim, fontes ligadas às Nações Unidas temem que o fim do acordo possa provocar uma nova disparada dos preços internacionais.

Bento não acredita numa mudança de patamar parecida com a vista no início da guerra.

Além disso, a fraca demanda pelo grão dos Estados Unidos também afetou negativamente os preços.

As inspeções de exportação norte-americana de trigo chegaram a 253.409 toneladas na semana encerrada em 13 de julho, conforme relatório semanal divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O mercado esperava 340 mil toneladas.

Na semana anterior, as inspeções de exportação de trigo haviam atingido 419.326 toneladas. Em igual período do ano passado, o total inspecionado foi de 193.552 toneladas.

No acumulado do ano-safra, iniciado em 1º de junho, as inspeções somam 1.773.359 toneladas, contra 2.116.322 toneladas no acumulado do ano-safra anterior.

No fechamento, os contratos com entrega em setembro eram cotados a US$ 6,53 3/4 por bushel, uma baixa de 7,75 centavos de dólar, ou 1,17%, em relação ao fechamento anterior.

Os contratos com entrega em dezembro eram negociados a US$ 6,73 3/4 por bushel, recuando 7,00 centavos, ou 1,02%, em relação ao fechamento anterior.