Estudo deve avaliar potencial da cigarrinha-africana para transmissão de doenças Paste this at the end of the tag in your AMP page, but only if missing and only once.

PRAGA EM ANÁLISE

Estudo deve avaliar potencial da cigarrinha-africana para transmissão de doenças

Inseto foi identificado no Rio Grande do Sul e tem semelhanças com a cigarrinha do milho, transmissora do complexo de enfezamentos

Após a identificação da cigarrinha-africana (leptodelphax maculigera) no Rio Grande do Sul pesquisadores trabalham para verificar se o inseto tem o mesmo potencial de transmitir o complexo de enfezamento no milho, assim como a cigarrinha do milho (dalbulus maidis). O entomologista da Cooperativa Central Gaúcha (CCGL), Glauber Stürmer, explica que o cenário ainda é desconhecido já que a praga foi descrita nas Américas somente recentemente, em Goiás. “Já há estudos na África que mostram que essa espécie é portadora de molicutes, bactérias que causam os enfezamentos no milho, mas ainda precisamos confirmar se os insetos encontrados aqui têm esse perfil. Eles foram enviados para a análise molecular em um laboratório parceiro”, detalha.

 

Em Goiás estudos observaram a cigarrinha-africana nos meses de julho a novembro de 2022, com ataques a plantas de capim-elefante, milho e feijão. No Rio Grande do Sul a captura ocorreu em iscas na semana passada, em área de monitoramento de trigo pela Rede Técnica Cooperativa (RTC), dentro da sede da CCGL, em Cruz Alta (RS).

Segundo Stürmer, a cigarrinha-africana é da família Delphacidae, diferente da cigarrinha do milho que é da família Cicadellidae mas ambas têm processos bem parecidos quando se trata de se contaminarem para depois transmitirem doenças. “São insetos que têm a mesma característica. Todo inseto que eclode de um ovo, na fase larval precisa se alimentar de uma planta doente onde acontece a contaminação pelos causadores do enfezamento que são fitoplasma e espiroplasma. Depois esses elementos se deslocam do intestino da cigarrinha até as glândulas salivares e aí ela é capaz de contaminar plantas sadias. Por isso verificarmos o potencial desta nova cigarrinha é tão importante”, completa o entomologista.

Estudo deve avaliar potencial da cigarrinha-africana de transmissão de doenças
Foto: Glauber Stürmer

A RTC mantém o monitoramento da cigarrinha do milho desde 2021 no estado. São 77 pontos, em 70 municípios. A iniciativa foi instalada de forma inédita no Rio Grande do Sul e auxilia produtores a identificarem de forma precoce a incidência e agir com manejos adequados. Agora a pesquisa deve utilizar estes mesmos pontos para também identificar se há presença de cigarrinha-africana assim que a nova safra de milho for implantada.

______

Saiba em primeira mão informações sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo. Siga o Canal Rural no Google News.

Sair da versão mobile