Governo deve tomar providências sobre crise no setor de máquinas agrícolas do RS

Secretário afirma que é preciso fortalecer a indústria e a produção nacionalInterlocutor dos exportadores no governo, o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Alessandro Teixeira, também se tornou o reclamante de ofício ao governo da Argentina. Na quarta, dia 28, diante do aumento das queixas do setor de máquinas. Em entrevista ao jornal Zero Hora, comentou sobre o novo conflito.

Zero Hora ? A indústrias de máquinas agrícolas enfrenta problemas com atraso das licenças de importação na Argentina, outra vez.

Alessandro Teixeira ? Esta semana fui informado de que há problemas. Liguei hoje [dia 28] para o secretário de Indústria argentino, Eduardo Bianchi, vou falar com ele amanhã [dia 29] para saber porque está demorando o processo de liberação de licenças. Também falei com o presidente da Anfavea (Cledorvino Belini) esta semana, que relatou que as licenças começaram a atrasar novamente depois de terem sido liberadas na nossa conversa anterior com os argentinos. Ainda nesta semana então teremos uma resposta formal do governo argentino.

ZH ? Qual é a expectativa do resultado dessa conversa?

Teixeira ? Liberar as licenças, dar mais agilidade às licenças.

ZH ? É procedente a queixa de falta de apoio do governo brasileiro dos exportadores para a Argentina?

Teixeira ? Discordo totalmente, tanto que os empresários foram à Argentina junto com a gente para discutir essa questão, com representantes das empresas e do setor.

ZH ? O que é possível fazer diante da pressão da Argentina para que indústrias brasileiras invistam lá e não aqui?

Teixeira ? Não temos informações formais sobre essa questão. Já ouvi empresas falarem nisso. O governo argentino diz que não é imposição, o que eles dizem é que se produzirem lá, as empresas vão ajudar o mercado argentino.

ZH ? Há risco de deslocamento de produção do Rio Grande do Sul, que é líder no segmento?

Teixeira ? Espero que não haja deslocamento de produção. Se isso estiver acontecendo, o governo vai tomar providências. O Ministério do Desenvolvimento vai ver, não fui comunicado disso ainda, mas temos de tomar providências de como proceder nesse processo. Precisamos fortalecer a indústria e a produção nacionais. É justo que o governo argentino busque fortalecer a indústria argentina, mas isso não pode ser feito sob a ótica de prejudicar a produção nacional. Não podemos, em nenhuma hipótese, ter um problema sério do ponto de vista da Argentina prejudicar a indústria nacional. O que a Argentina faz é um problema interno deles, mas temos de buscar ver a situação. Não tivemos até agora nenhuma reclamação mais forte de deslocamento de produção. O que sabemos é do atraso das licenças, e já estou conversando com o secretário argentino para resolver isso. O governo brasileiro vai tomar as medidas cabíveis.