INTL FCStone vê preços de soja entre US$ 9,50 e US$ 9,70 por bushel em dezembro

Para março, com a entrada da safra brasileira no mercado, a perspectiva é de preço ainda mais baixo, entre US$ 9 a 9,20 por bushel

Fonte: Débora Fabrício/Canal Rural

A consultoria INTL FCStone projetou nesta quinta, dia 1º de setembro, preços internacionais de soja entre US$ 9,50 e US$ 9,70 por bushel em dezembro, considerando uma safra norte-americana volumosa e já praticamente precificada, além fatores macroeconômicos baixistas para as commodities, como a fraqueza da cotação do petróleo e o potencial de alta do dólar no exterior. 

Para março, com a entrada da safra brasileira no mercado, a perspectiva é de preço ainda mais baixo, entre US$ 9 a 9,20 por bushel. 

“Além do cenário macro menos dinâmico, os preços das commodities estão sendo afetados pela relação que têm com preços do petróleo. Outra variável que está afetando os preços do petróleo e outras commodities é o dólar index”, apontou Vitor Andrioli, analista de mercado da consultoria, no seminário “Abertura da Safra de Grãos”, promovido pela FCStone em São Paulo nesta quinta-feira. 

Andrioli assinalou que a perspectiva do Fed de que a inflação nos EUA se recupere daqui para frente reforça a expectativa de um aumento de 0,25 ponto porcentual na taxa de juros norte-americana, provavelmente em dezembro. “Moedas emergentes devem ser bastante afetadas por essa mudança, com a reversão de alguns fluxos de capital para os países emergentes.”

Andrioli salientou, entretanto, que a queda do apetite chinês por importações não tem afetado o mercado de grãos da mesma maneira que afeta outras commodities. “As commodities alimentícias têm resistência muito ao maior processo de desaceleração da China. Para grãos, a gente vê uma intensificação da demanda com a melhora do consumo per capita de proteína animal.”

Para o câmbio no Brasil, a consultoria prevê que a moeda norte-americana em dezembro fique entre R$ 3,20 e R$ 3,30, com a expectativa de uma elevação da taxa de juros nos EUA e de uma redução da taxa de juros no Brasil até o fim do ano. “Nosso cenário é de aumento na taxa de juros dos EUA, o que é altista para o dólar, e redução na taxa de juros brasileira, o que também é altista para a moeda norte-americana.” Apesar da pressão sobre o preço da soja em Chicago, o dólar ainda forte no Brasil deve contribuir para a competitividade de commodities produzidas no País no período. 

Para março, a perspectiva é de dólar de R$ 3,30 a R$ 3,40. “Estamos esperando um dólar pouco mais forte em março por causa do embate que o governo Temer deve ter com a base. Mesmo tendo sido aprovado o impeachment, a base está bastante rompida. Vemos dificuldade na aprovação de medidas de ajuste fiscal.”