Ainda não se sabe ao certo qual a espécie foi encontrada no município de São Pedro do Ivaí (PR)
Daniel Popov, de São Paulo
A safra de soja já começou em praticamente todo o país. Com ela, alguns problemas já bem conhecidos voltam a atormentar os produtores, como a invasão das plantas daninhas, infestação de mofo branco e a pior de todas as lagartas.
Em um monitoramento de rotina das lavouras paranaenses, o consultor técnico Carlos Henrique Backes, detectou a infestação de uma espécie de lagarta que assusta só pelo nome, a helicoverpa. No município de São Pedro do Ivaí (PR), próximo a Campo Mourão, algumas propriedades atendidas pelo consultor apresentaram incidência da lagarta.
Segundo o consultor 20% da área deste produtor, em São Pedro do Ivaí, semeada com soja RR1, está infestada pela praga. “Estamos esperando as chuvas, que devem chegar esta semana, para fazer a aplicação do agroquímico”, conta o consultor. “Não sei se é a helicoverpa Armigera ou a Zea, mas de qualquer forma estamos monitorando.“
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Diante das imagens enviadas pelo consultor o pesquisador da Embrapa, Adeney de Freitas Bueno, esclareceu que a lagarta da foto pode ser sim a Helicoverpa armigera, mas que assim é impossível determinar exatamente. Segundo ele, a lagarta pode ser também a Cloridea virescens (que é o novo nome da Heliothis virescens) ou até mesmo Helicoverpa zea. “No campo é praticamente impossível separar estas lagartas, que são do grupo dos heliothineos”, garante Bueno.
Ele informa que para conseguir diferenciar as lagartas helicoverpa Armigera e Zea é preciso um exame de DNA. O ideal é que o produtor consulte o agrônomo que atende a sua propriedade para receber orientações sobre a melhor alternativa de manejo.
Para o tratamento o controle com agroquímicos somente deve ser realizado quando encontrar quatro lagartas por metro na soja no período vegetativo, ou duas lagartas por metro na fase reprodutiva da oleaginosa. Antes disso, o controle é desnecessário. “Com relação aos inseticidas, existem vários que são usados e registrados para controle de Helicoverpa armigera”, garante Bueno.