DEFESA AGROPECUÁRIA

Greening preocupa citricultores do Paraná

O greening representa uma ameaça grave para a citricultura no Paraná, impactando diretamente a produção e a economia do estado

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Foto: Marcos Santos

A citricultura no Paraná enfrenta um desafio com o avanço do greening, uma das principais pragas que afetam os citros.

Especialistas alertam que, sem enfrentamento efetivo através da prevenção, a cadeia produtiva no estado corre o risco de inviabilidade.

A praga, transmitida pelo psilídeo Diaphorina citri, causa um declínio gradual na produtividade e na qualidade das árvores cítricas, até levar à sua morte.

Os sintomas da doença incluem a formação de frutos deformados e de coloração verde, queda prematura das folhas e a desfolha total das plantas.

Dados do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral) destacam a importância da citricultura na economia estadual.

Com uma área de 20.778 hectares e uma produção de 673 mil toneladas em 2022, a cultura gerou um valor bruto de produção de 619 milhões de reais no ano passado.

Gilberto Pratinha, citricultor com 67 anos de experiência, destaca o avanço da doença nos últimos 12 meses. Ele ressalta a necessidade de erradicar plantas doentes em um raio de 5 quilômetros, observando uma queda expressiva na produção de laranjas na região.

“O greening está se espalhando muito rápido. Já temos casos em áreas que nunca tínhamos visto antes”, afirma Pratinha. “É preciso agir com urgência para evitar que a doença destrua a citricultura no Paraná.”

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) está realizando operações nas regiões produtoras, especialmente no noroeste do estado. A campanha visa alertar os produtores sobre a legislação fitossanitária e incentivar a adoção de medidas técnicas para combater a doença.

“Estamos intensificando as ações de fiscalização para prevenir a disseminação do greening”, afirma Renato Blood, Gerente de Sanidade Vegetal da ADAPAR. “Também estamos orientando os produtores sobre as melhores práticas para o manejo da praga.”

Blood destaca que a doença explodiu nos últimos 12 meses, mencionando o descaso de alguns produtores que abandonaram áreas.

Ele enfatiza a importância do manejo eficiente do psilídeo, indicando que áreas com mais de 8 anos devem apresentar um plano eficaz para evitar a disseminação da doença.