BB não financiará soja de área desmatada da Amazônia

Instituição usará o banco de dados do Grupo de Trabalho da Soja (GTS) para análise da liberaçãoO Banco do Brasil anunciou nesta quarta, dia 1º de dezembro, que não financiará a produção de soja em áreas do Bioma Amazônico que tenham sido desmatadas a partir de 24 de julho de 2006. A medida faz parte da adesão da instituição à chamada Moratória da Soja, uma decisão da indústria processadora e dos exportadores brasileiros de não adquirir a produção proveniente de novas áreas abertas após aquela data. A medida do BB já está em vigor. O anúncio foi feito após o governo informar uma queda reco

De acordo com Álvaro Tosetto, gerente executivo da diretoria de Agronegócios do BB, a instituição usará o banco de dados do Grupo de Trabalho da Soja (GTS) para análise da liberação do crédito.

? Além disso, vamos exigir a regularização ambiental das propriedades para a concessão de financiamento na região amazônica ? afirmou.

A regularização já é uma medida adotada pelo banco no financiamento de outros tipos de produção.

A adesão do banco à moratória foi selada em cerimônia realizada em Brasília, nesta quarta, entre os coordenadores do GTS, Paulo Adário, do Greenpeace, e Carlo Lovatelli, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), além do vice-presidente da Agronegócios do BB, Luís Carlos Guedes Pinto.

Também participam do GTS o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Iniciado há quatro anos, o trabalho do grupo é atualizado regularmente com informações sobre as áreas desmatadas na Amazônia e que eventualmente tenham sido destinadas à produção de soja. De acordo com dados da Abiove, o plantio de soja representou apenas 0,25% da área total desmatada nos últimos três anos no Bioma Amazônico.

Paulo Adário, do Greenpeace, afirmou que a adesão do banco é mais um passo para preservar a floresta.

? Outras instituições financeiras deveriam seguir o exemplo ? disse em nota colocada no site do Greenpeace.

De acordo com dados do Anuário Estatístico de Crédito Rural, fornecidos pela ONG, cerca de R$ 90 bilhões foram destinados ao crédito rural na Amazônia Legal entre 1995 e 2009. No mesmo período, 271 mil hectares de florestas foram derrubados.

Queda

O desmatamento da Amazônia em 2010 somou 6.451 quilômetros quadrados, uma queda de 13,6% em relação ao ano passado. A diminuição é menor que a esperada pelo governo e se deve ao desflorestamento de áreas menores, que não são captadas pelos satélites que acompanham o desmatamento em tempo real.