Oito países mais ricos do mundo anunciam acordo para conter mudança climática

Nações com economias avançadas terão que reduzir pela metade as emissões de CO2 na atmosfera até 2050Os países-membros do Grupo dos Oito (G8, composto pelos sete países mais ricos do mundo e a Rússia) anunciaram nesta terça-feira, dia 8, em sua cúpula de Hokkaido, no Japão, um acordo para conter os efeitos da poluição nas mudanças climáticas que exige que as economias avançadas reduzam pela metade as emissões de CO2 na atmosfera até 2050.

Os líderes dessas nações se comprometem a fixar metas nacionais a médio prazo, mas sem concretizar e sem marcar uma data de referência para medir o nível de emissões.

“Admitimos que as economias avançadas diferem das economias em desenvolvimento, por isso os países ricos aplicarão objetivos ambiciosos a médio prazo para reduzir as emissões de acordo com a situação de cada país”, diz um comunicado conjunto do grupo.

O acordo foi classificado de satisfatório pelos países desenvolvidos, por pactuar posturas pouco reconciliáveis ? Japão e UE em um extremo e EUA no outro ?, mas de fracassado pelas organizações não governamentais, que não vêem avanços.

O diretor da WWF Internacional, Kim Carstensen, disse à Agência Efe que para envolver os EUA será necessário esperar pelo sucessor de Bush, apesar de ter assinalado que países como Brasil e Japão já tenham realizado programas internos para combater a mudança climática.

Analistas concordam que o anúncio, embora difuso, permite salvar os anfitriões japoneses, que haviam feito da mudança climática seu ponto principal em Hokkaido, diante de assuntos como a situação econômica, o desenvolvimento da África e a crise alimentícia que ameaça milhões de pessoas.

Os países emergentes do Grupo dos Cinco (Brasil, México, Índia, China e África do Sul) disseram em uma cúpula paralela, em Sapporo, que é necessária uma “responsabilidade compartilhada eqüitativa” contra o aquecimento global e que o G8 deveria reduzir suas emissões, em 2020, para entre 25% e 40 % em relação ao nível de 1990.

Na cúpula de 2007, o G8 tinha prometido “considerar seriamente” a redução pela metade de emissões de CO2 até 2050, e agora apóia, através de negociações da ONU, que tal meta seja “global”.