Biodefensivos podem e devem ser agregados ao método tradicional com uso de agroquímicos, gerando boa economia para o produtor
O consumo de biodefensivos no país tem crescido a uma média de 15% ao ano e a expectativa é chegar a uma participação no setor de aproximadamente 10% até 2026. Especialistas destacam que os produtos biológicos vêm para agregar e não para concorrer diretamente com os tratamentos convencionais.
Os biodefensivos, como ficaram conhecidos, são microrganismos como bactérias, fungos e até mesmo insetos, produzidos em larga escala por laboratórios e servem como agentes de combate natural a pragas e doenças. Atualmente, o país possui pouco menos de 150 produtos biológicos para controle fitossanitário registrados e a meta é fechar o ano com 230. “Estes elementos são encontrados em ambientes naturais próximos as lavouras. Uma vez registrado, estes produtos tem todas as recomendações para uso em cada uma das culturas e é aplicado no campo, como qualquer outro agroquímicos”, comenta Pedro Farias Júnior, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCBio).
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Segundo o executivo, os preços praticados na comercialização destes iodefensivos são equiparados a produtos químicos de última geração, ou seja, levemente mais caro que os agroquímicos tradicionais mais usados no mercado. “Hoje, o principal problema dos produtos convencionais é a resistência que as pragas e doenças tem adquirido pelo uso indiscriminado no campo. O produtor pensa que está economizando com os tradicionais, mas como precisa aplicar mais vezes acaba gastando até mais”, garante Farias Júnior.
Se engana quem pensa que o setor recomenda o abandono total dos agroquímicos. Segundo o presidente da entidade, o país necessita de uma mudança de mentalidade em relação ao manejo integrado de pragas, com o uso correto dos dois produtos, evitando desperdícios, gastos desnecessários e a temida resistência das pragas aos agroquímicos. “Já vimos casos em que a prática do manejo integrado tem gerado economia de até 26% em comparação com o uso de manejo tradicional”, diz o executivo da ABCBio.
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Tamanhas vantagens têm refletido em um crescimento do consumo de aproximadamente 15% ao ano. Com destaque para o controle na soja, que também tem demandado muitos produtos biológicos. “Acreditamos em um crescimento nestes patamares para os próximos anos, ou quem sabe até maior”, comemora ele. “A soja é uma cultura que demandado muitos produtos biológicos, por possuir alternativas para o controle de todas as lagartas existentes, mosca branca, doenças de solo, entre outros.”
Segundo o diretor industrial da empresa Koppert Biological Systems, Danilo Pedrazzoli, a expectativa é que a participação destes produtos no mercado ultrapassem a casa dos 10% até 2026. Atualmente, o setor detém uma fatia de 2%. “O biodefensivo é uma alternativa para ajudar o produtor no controle de pragas e doenças nas plantas de soja. O controle tradicional somente com químicos já não conseguem dar conta sozinhos destes patógenos”, finaliza França Jr.