Carlos Minc participa de audiência na Câmara e anuncia medidas para evitar degradação ambiental

Encontro entre ministro do Meio Ambiente e parlamentares foi tensoO ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, participou nesta quarta-feira, dia 16, de uma audiência pública na Câmara dos Deputados, onde falou das ações que o ministério vem adotando para combater o desmatamento na Amazônia. Minc anunciou ainda algumas medidas para evitar a degradação ambiental. O encontro com os parlamentares foi tenso e polêmico.

Antes da audiência, o ministro anunciou que, a partir de primeiro de outubro, cinco bancos públicos e quatro privados vão assinar um protocolo ambiental se comprometendo a não financiar empreendimentos que degradam o meio ambiente. A intenção é conceder melhores créditos para estimular as tecnologias limpas.

Outra medida anunciada por Carlos Minc diz respeito a Etiqueta Veicular: a partir de outubro, os veículos vão sair de fábrica com uma etiqueta informando o percentual de poluição que causam.

? Para permitir o consumo consciente para aquele que vai comprar escolha, se quiser aquele veículo, que emite menor poluição e menos carbono para o clima ? explicou o ministro.

No encontro com parlamentares das comissões de Agricultura e Meio Ambiente, Carlos Minc anunciou também que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai assinar nesta quinta uma série de medidas que prevêem a eliminação de burocracias no processo de licenças ambientais.

Após apresentar aos deputados as ações adotadas pelo governo para combater o desmatamento na Amazônia, o ministro falou que os frigoríficos que compram boi pirata agem da mesma forma que os receptadores de carros roubados. A declaração deixou o clima tenso na audiência e o deputado Giovanni Queiroz (PDT?PA) saiu na defesa dos agricultores da Terra do Meio, no Pará, que estavam presentes na audiência.

? Os homens estavam trabalhando. Tem aqui um senhor de idade, de 72 anos, dez filhos. Seu Cândido, levanta: olha, ministro, se isso tem cara de bandido ? afirmou Queiroz.

O ministro acabou reconhecendo o equívoco.

? Eu quero dizer que Vossa Excelência tem razão, o meu exemplo não foi feliz.

Há seis anos, Manuel Cândido mora na área da Reserva Ecológica da Serra do Meio, onde a criação de 150 cabeças de gado está ameaçada de apreensão. A propriedade de 50 hectares, segundo ele, foi comprada, mas a regularização fundiária nunca saiu.

O ministro afirmou o ministério está disposto a bancar 30% dos gastos relativos a regularização fundiária e garantiu que os produtores não terão que arcar com todos os custos. No entanto, não voltou atrás na decisão de suspender as apreensões dos chamados bois piratas. Na saída da audiência, Minc afinou o discurso.

? Ampliar o diálogo com o parlamento e setores produtivos, ampliar o rigor no combate ao crime ambiental e ampliar as medidas de incentivo para a produção sustentável ? única forma de evitar a degradação ambiental no Brasil ? concluiu Minc.