Agronegócio

CNA: Resolução aumenta taxa de juros em caso de prorrogação de parcelas

Confederação pediu alteração em trecho que prevê que parcelas sejam reclassificadas com base em fontes de recursos não equalizados

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) enviou um ofício à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, pedindo alterações na resolução 4.801, publicada em 9 de abril de 2020. O texto prevê que a prorrogação de parcelas de custeio e investimento devem ser reclassificadas pelos bancos para fontes de recursos que não dependam de equalização. Na prática, segundo a entidade, significa que as condições da contratação original podem mudar e os financiamentos podem ficar até mais caros, com taxas de juros maiores.

“A gente entrou em contato com o secretário de Política Agrícola, Eduardo Sampaio, e explicamos essa questão dos recursos equalizáveis e não equalizáveis, quando a pessoa busca fazer essa prorrogação. O secretário reconheceu que realmente havia um problema e, segundo ele, nesta semana haveria uma reunião do Conselho Monetário Nacional, onde eles tentarão rever esses pontos da resolução que não atenderam plenamente o produtor”, comentou Bruno Lucchi, superintendente da CNA.

Pensando o futuro

A CNA vai se reunir com a Comissão de Política Agrícola na quinta-feira, 23. Na ocasião, associações e representantes dos estados discutirão a antecipação do Plano Safra 2020/2021 e propostas para reduzir o custo administrativo dos bancos.

“O que nós vamos propor é que haja uma redução na taxa de juros original. Se vai chegar ao patamar da Selic, não sei. Porém, uma coisa é certa, a taxa que está hoje é muito elevada para as condições de mercado que nós estamos observando, principalmente, com a Selic baixa como está agora”, afirma Lucchi.