Agronomia Sustentável

Papel da agronomia no cooperativismo é tema da série

Edição do programa Agronomia Sustentável mostra a atuação das mulheres no setor e exemplos de sucesso do sistema em Minas Gerais, Amazonas e Paraná, além da atuação da OCB

Os números do cooperativismo mostram que esse modelo de negócio é próspero no Brasil. São mais de 15 milhões de cooperados de norte a sul, distribuídos em 5.314 cooperativas em sete atividades econômicas. E a atuação do agrônomo tem papel relevante no setor. Esse foi o tema do 11º episódio da série Agronomia Sustentável, exibido neste sábado, 5. O projeto é uma parceria do Canal Rural com o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), os Conselhos Regionais (Creas) e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

No Paraná, por exemplo, há 1.500 profissionais da agronomia nas cooperativas, segundo a Ocepar. A estimativa é de que, no país todo, sejam 4.000 agrônomos trabalhando no setor.

“Pelo menos 10% do quadro operacional das cooperativas de agropecuária é composto por profissionais das áreas rurais: agrônomos, veterinários, zootecnistas. De uma maneira mais intensa, os engenheiros agrônomos. É muito comum, hoje, os gerentes das cooperativas, até os dirigentes, e os presidentes e diretores, serem de formação em engenharia agronômica, e zootecnia e veterinária, ou seja, nas ciências da produção rural”, conta o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas.

Nesse universo, as mulheres também têm ganhado espaço tanto na função de cooperadas, como no de líderes de cooperativas, conforme a OCB. Os estados com maior representatividade feminina no sistema cooperativista são Ceará e Amazonas.

“É uma representatividade que é exemplo para outros estados. Nesses estados, muitas mulheres são chefes de família e assumem esse papel mais preponderante no cooperativismo também”, aponta a gerente de Relações Institucionais da OCB, Fabíola Nader Motta.

Paraná, Minas Gerais e Amazonas

No Paraná, as cooperativas têm forte participação na industrialização dos produtos e, com isso, agregam valor e captam recursos no mercado. São 216 cooperativas registradas na Ocepar, com 2,2 milhões de associados. Em 2020, o faturamento chegou a R$ 115 bilhões, aumento de 32% em relação à 2019.

“São pequenos produtores, médios produtores e, na junção deles, você consegue fazer negócios e hoje a gente exporta para mais de cem países. Além de alimentar todos os paranaenses, esses outros habitantes dos outros países”, disse o superintendente da Ocepar, Robson Mafioletti.

No estado, o episódio mostra ainda como a intercooperação tem movimentado a economia local. A união de três cooperativas, em Ponta Grossa (a 115 quilômetros de Curitiba), atua em diversas atividades agrícolas, com um faturamento de mais de R$ 10 bilhões e 552 funcionários.

“A gente olha números de 2020 de crescimento entre 30% e 50% das cooperativas do Paraná. Esses são números expressivos, na valoração das commodities, vê o preço de soja, de milho disparando, o próprio trigo disparando. E esses números são mais relevantes na agregação de valor sobre esses produtos, que é a agroindústria”, diz o gerente de negócios agrícola da Frísia Cooperativa, Marcelo Côrtes Cavazotti.

“Durante o ano de 2020, em plena pandemia sanitária, o cooperativismo teve um desempenho acima da média. Nós estamos percebendo que a movimentação econômica das nossas cooperativas em 2020 teve um crescimento muito próximo de 20% ou 21%”, completa o presidente da OCB.

Em Minas Gerais, um dos setores que se destaca no setor cooperativista é o de leite. Em 2019, a produção do alimento em Minas Gerais atingiu 9,4 bilhões de litros, sendo 1,8 bilhão proveniente de cooperativas. Esse número representa 19,4% do leite produzido no estado.

“A cooperativa CCPR é a maior cooperativa em captação de leite do Brasil. Nós captamos hoje 3 milhões litros/dia. Temos em torno de 4.500 cooperados e 32 cooperativas afiliadas. Temos um projeto que chama ‘Desenvolvimento Produtor’, onde a gente atua para desenvolver a cadeia, em termos de avanço tecnológico, de apoio técnico, evolução genética do rebanho”, disse o presidente da Cooperativa Central dos Produtores Rurais (CCPR), de Minas Gerais, Marcelo Candiotto,

Outro viés abordado no programa foi o cooperativismo de crédito na região amazônica. “Nos últimos dez anos, o setor primário tem ocupado uma posição positiva na Amazônia, e o cooperativismo de crédito tem ganhado força. “Se você olhar o estado do Amazonas, 97% da floresta está intacta, preservada. Se tivermos assistência técnica, bons engenheiros agrônomos, veterinários, técnicos de campo e um financiamento, nós temos tudo para crescer”, disse o presidente da Fecoop/Norte, José Merched Chaar.