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Adubação fosfatada é essencial em ano de crise de fertilizantes, diz professor da Esalq-USP

Para o especialista, culturas com sistemas radiculares diferentes que explorem regiões distintas do solo são importantes para ciclar o nutriente

A manutenção da fertilidade do solo é fundamental na produção adequada de qualquer cultura agrícola. Segundo o engenheiro agrônomo e professor da Esalq-USP, Paulo Sérgio Pavinato, o acúmulo de matéria orgânica e a inserção de palha no sistema são necessários em um momento de alta de fertilizantes.

Essa prática, de acordo com o especialista, deve ser feita durante todo o ciclo da cultura, inclusive na entressafra. “É preciso ter um sistema que cicle nutrientes com, por exemplo, a entrada de plantas de cobertura, bem como fazer uma rotação e evitar, principalmente, a propagação de pragas e doenças. Conseguir incorporar material orgânico neste solo é primordial para o sistema”, explica.

Outra prática importante destacada por Pavinato é a adubação fosfatada. “O fósforo é um dos ingredientes mais desafiadores porque se aplica uma quantidade dele no solo e o ciclo seguinte só aproveita de 20% a 30% desse fósforo. O restante fica acumulado no solo, então ao longo dos ciclos seguintes se aproveita parte deste fósforo”, explica.

Por isso que, conforme o professor, ter culturas com sistemas radiculares diferentes que explorem regiões distintas do solo são importantes para ciclar o fósforo, proporcionando melhor aproveitamento. “É primordial, inclusive, neste ano de crise em que o produtor pode reduzir a adubação fosfatada porque ele tem estoques no solo capaz de suprir bem a sua cultura”.