Aliança da Soja

Eleições e dólar devem pressionar margem de lucro do produtor de soja

Consultor da Markestrat, José Carlos de Lima Júnior, acredita em um volume alto de produção, mas redução na rentabilidade

No início da pandemia, em 2020, os preços das commodities no Brasil, principalmente a soja, tiveram alta no mercado. Em contrapartida, em 2021, o custo dos insumos sofreu inflação, registrando aumento expressivo nos fertilizantes e defensivos agrícolas. Apesar do aumento com a despesa na produção da oleaginosa, o consultor da Markestrat, José Carlos de Lima Júnior, acredita em uma colheita com altos volumes em 2022 e investimentos na armazenagem do grão.

custos soja
Foto: Daniel Popov

“Nós teremos agora, em 2022, uma produção extremamente alta, mas também com a capacidade estática de estocagem igualmente elevada”.

Por outro lado, a pressão causada pelos custos de produção deve reduzir a margem de lucro dos agricultores. “Quando nós tivemos a compra de insumos na casa de dólar a US$ 3,50 e, de repente, nós pudemos exportar a nossa produção a US$ 6, hoje, é possível que nós tenhamos, a partir de 2022, uma normalidade dessa média, porque se te um dólar alto e também uma menor margem, considerando os volumes que serão praticados”, acrescentou.

O especialista acredita ainda que o mercado deve ser afetado pelas eleições de 2022. “Em um ano eleitoral que nós estamos entrando, a gente sempre vai ter essa preocupação com a desvalorização monetária. O dólar pode vir aumentar, considerando, principalmente, quem serão os candidatos e como vai se comportar o pleito agora em 2022”, finalizou.