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Especialista dá dicas para economizar com irrigação na soja

Produtor deve priorizar o período noturno, onde as tarifas são menores, e ficar atento com o manejo eficiente de água no solo

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estima um reajuste na conta de energia elétrica em 2022. O aumento da tarifa pode chegar a 21%. Produtores rurais que possuem irrigação nas lavouras de soja estão preocupados com o impacto da taxa no custo de produção.

Para amenizar os prejuízos, o professor de irrigação da Universidade Estadual Paulista (Unesp), dá algumas dicas de manejo. “A primeira delas é ter um gerenciamento do armazenamento de água no solo, ou seja, o manejo da irrigação deve ser feito de forma efetiva. Deve-se conhecer as entradas e saídas de água do sistema. As entradas são pelas chuvas e irrigação e a saída é a transpiração”, explica.

Pivo soja irrigação
Área pronta para o plantio da soja em área de pivô – Foto: Daniel Popov

O agricultor deve fazer sempre esse cálculo de água para entender a necessidade do solo. O especialista compara o processo como se fosse uma conta bancária. “Você tem a informação da evapotranspiração da cultura e faz o balanço como se fosse uma conta corrente, a sua conta no banco. Você tem os seus gastos que são a evapotranspiração e o seu salário, que são a chuva e a irrigação. É absolutamente necessário você fazer essa contabilidade diariamente, seja numa planilha, ou seja, contratando sistemas de policiamento no armazenamento de água”.

Irrigação e o clima

Outro ponto que é necessário ficar atento é com as irregularidades climáticas em cada região produtora. “Nos custos de produção tem que entrar a previsão de irrigação, isso é o básico do planejamento, e também entender que produzir alimentos é como [qualquer] outro negócio, você tem que ter fluxo de caixa e alternativas de manejo da irrigação”, acrescentou.

Mas não basta eficiência no manejo de solo e gestão de caixa, é preciso ainda estratégia de contabilidade na hora de calcular as tarifas de energia elétrica para planejar o momento certo de irrigar.

“Nós temos um sistema tributário que comporta três tipos básicos de tarifa. A normal, que aqui na nossa região [noroeste paulista] tem impostos na ordem de R$ 0,35 a 0,39 kWh. Tem a tarifa diferenciada noturna, que os irrigantes gostam de chamar de boêmia, que é de R$ 0,12 por kWh. Então, devemos concentrar a maior parte da irrigação neste período noturno. E tem a terceira tarifa que a gente nem fala, que é a tarifa de horário de pico, que custa oito vezes mais. Então, nós devemos dar um passo antes, para quem ainda não tem o sistema, precisa conhecer esse sistema tributário, fazer uma análise de investimento e custeio. Quanto maior o investimento no sistema de irrigação e capacidade do sistema de irrigação, menor o custo operacional”, finaliza.