CIÊNCIA

USP cria suínos para produção de órgãos para transplante em humanos

Os animais, geneticamente modificados, poderão ser doadores de rim, coração, córnea e pele, diz pesquisadora

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Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil

Foi inaugurada nesta semana, na Universidade de São Paulo (USP), uma instalação dedicada à criação de suínos para a produção de órgãos geneticamente modificados e compatíveis para o transplante em humanos.

O novo biotério é essencial para o desenvolvimento do projeto Xeno BR, iniciativa pioneira na América Latina para o transplante entre animais e humanos, conhecido como xenotransplante.

Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos sobre o Genoma Humano e Células-Tronco, da USP, relata que foram feitas modificações na genética dos suínos, para proporcionar maior compatibilidade com humanos, e também para reduzir o risco de rejeição ao órgão.

“Os animais geneticamente modificados poderão ser doadores de rim, coração, córnea e pele. Mas a vantagem do rim é que se houver uma rejeição ao órgão transplantado, ele pode ser retirado facilmente, e o paciente volta para a hemodiálise”, diz a pesquisadora. 

O primeiro transplante de rim de um porco em um ser humano vivo foi realizado em março deste ano, em um hospital de Boston, nos Estados Unidos, por uma equipe liderada pelo médico brasileiro Leonardo Riella.

Para a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, a possibilidade de se ter órgãos de animais compatíveis para transplantes pode contribuir para diminuir a fila de pacientes à espera de um órgão e salvar vidas. De acordo com levantamento, em 2022, morreram no Brasil sete pacientes por dia na fila de espera por um transplante.