Nesta semana, a China alertou que as condições severas de seca ao longo do rio Yangtzé poderiam durar até setembro, à medida que os governos locais correm para manter a energia e encontrar água doce para irrigar as culturas antes da colheita de outono.
Pequim alertou para o risco crescente de clima extremo na China como resultado das mudanças climáticas, com as fortes chuvas continuando a afetar seu preço em outras partes do país. Inundações na província chinesa ocidental de Qinghai mataram 16 pessoas, informou a mídia estatal na quinta-feira (18), com mais 36 desaparecidos.
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Segundo informações da Agência Reuters, o Ministério das Finanças disse na quinta-feira que disponibilizaria 420 milhões de yuans (US$ 61,83 milhões) de fundos de emergência para ajudar os governos locais a fornecer ajuda alimentar e à seca.
Uma onda de calor severa em toda a bacia do rio mais longo da China, o Yangtze, causada por uma grande alta subtropical do Pacífico Ocidental, já durou mais de dois meses, cortando suprimentos de energia hidrelétrica e atingindo grandes extensões de terra arável. O rio sustenta cerca de um terço da população do país.
A extensa região sudoeste de Chongqing, onde está localizada a maior parte do reservatório dos Três Desfiladeiros de Yangtzé, está lutando para garantir energia de outras partes do país à medida que os suprimentos para a indústria são ração, informou a mídia estatal.
Ações para combater a seca
A Rede Estatal da China também prometeu fazer o máximo para enviar energia para a província vizinha de Sichuan, que normalmente fornece grandes quantidades de hidroeletricidade excedente para o leste, mas agora está impondo rígidos controles de consumo.
Empresas com operações em Sichuan, incluindo a CATL, a maior fabricante de baterias do mundo, e a japonesa Toyota, suspenderam a produção na província como resultado das restrições, de acordo com relatos da mídia.
Os fluxos normais de água na região ainda podem estar a meses de distância, com chuvas previstas para permanecer baixas até o final deste mês e além, disse Liu Zhiyu, funcionário do Ministério dos Recursos Hídricos, falando em uma reunião na quarta-feira.
“Espera-se que, em setembro, as entradas de água no meio e nas regiões inferiores do Yangtzé ainda sejam baixas, e a seca em Anhui, Hubei, Hunan e Jiangxi possa se desenvolver ainda mais”, alertou Liu, referindo-se a quatro grandes províncias do meio do rio.
As chuvas na bacia de Yangtzé estão cerca de 45% abaixo do normal desde julho, e as altas temperaturas provavelmente persistirão por pelo menos mais uma semana, segundo previsões oficiais.
As autoridades da região também alertaram que as temperaturas continuariam a ultrapassar os 40 graus Celsius (104 Fahrenheit) na quinta-feira, com partes de Chongqing programadas para ir além de 44 graus, colocando ainda mais pressão sobre o fornecimento de energia em meio ao aumento do uso do ar condicionado.
Período crítica de seca na China
O controle dos recursos hídricos é visto como uma parte crucial do governo na China, pois tenta garantir o abastecimento de alimentos e garantir outra colheita de para-choques.
O arroz e outras culturas de outono estavam agora em um “período crítico” quando se trata de irrigação, alertou Liu Weiping, vice-ministro dos Recursos Hídricos, na reunião de quarta-feira. Ele disse que cerca de 820.000 hectares de terra arável de Sichuan, no sudoeste, até Anhui, no centro da China, sofreram danos, afetando 830.000 pessoas, bem como 160.000 cabeças de gado.
Os níveis de água no tronco principal do Yangtzé e nos lagos vitais da bacia de inundação de Dongting e Poyang estão agora pelo menos 4,85 metros mais rasos do que o normal, e os mais baixos já registrados para o período, disseram as autoridades. A agência de segurança marítima de Yangtze emitiu vários avisos sobre baixos níveis de água, ordenando que os navios reduzam sua carga ao passar por partes mais rasas do rio.
A seca também destacou o papel desempenhado pela cascata de projetos gigantes de energia hidrelétrica na regulação dos fluxos no Yangtzé. Reservatórios gigantes a montante estão abrindo seus portões para repor os níveis de armazenamento na Represa dos Três Desfiladeiros, que liberará 830 milhões de metros cúbicos rio abaixo nos próximos dias.
