Pequenos agricultores da Associação dos Produtores de Leite e Agricultores Familiares de Baianópolis (Aplafaba), estão esperançosos com as mudas de mandioca qualidade genética e fitossanitária, recebidas do governo do estado da Bahia no município de Baianópolis, no oeste baiano. A iniciativa implantada está em fase experimental e pode melhorar a produtividade dos produtores.
Executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) e demais órgãos e entidades municipais, a associação em o agricultor José Palmeira Neto é presidente, recebeu mais de 16 mil mudas de mandioca de diferentes tipos, como as de mesa e industrial.
Para quem sempre trabalhou na roça para ajudar a família desde pequeno, plantar e colher é uma questão de sobrevivência: “Desde os meus 8 anos, que eu trabalho na agricultura familiar. Têm outros bicos que a gente faz, mas não como profissão, né, que a gente não têm carteira assinada”, conta José Palmeira.
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O agricultor relata que a comunidade está habituada no plantio da mandioca e espera que a produtividade aumente com esse incentivo.
“Melhorar geneticamente, produzir mais, porque aqui a gente já têm a prática da mandiocultura, temos uma casa de farinha na comunidade, que a gente faz farinha lá, então, a gente sentiu essa necessidade de trazer uma mandioca mais resistente e que produza mais. Ela é bem mais precoce, chega mais rápido, então já é um ganho para o produtor”, disse.
Plantio
As primeiras mudas foram plantadas em uma área de 1 hectare da propriedade do seu José. O vizinho dele e também membro da associação, André Rodrigues Pimentel, de 67 anos, espera que a primeira experiência do projeto seja positiva, para também poder plantar em suas terras.
“É uma lavoura que chega mais rápido, ela pode até dar mais lucro porque ela têm menos custo, e hoje você plantando dois mil pés de mandioca, ela dá 4kg por pé, uma produção bem melhor do que o feijão”, relata.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022, a Bahia foi o sétimo maior produtor de mandioca do país com 700.380 mil toneladas. Somente no extremo oeste baiano foram 25.425 mil toneladas produzidas.
No entanto, apesar da produção no estado cair quase 9% no ano passado, em comparação a 2021, para o secretário de agricultura Geraldo Pereira de Almeida, e apoiadores, projetos como esse, são importantes para melhorar a renda de agricultores familiares do município.
“O que sustenta o pequeno agricultor, é a mandioca, o leite e o que planta no dia a dia para o consumo, mas a mandioca é muito importante, 70% do que vai pra feira é derivado da mandioca. O objetivo disso aqui é que a gente transfira a partir de agora, as mudas para mais agricultores”.
Geraldo Pereira de Almeida, secretário de agricultura de Baianópolis (BA)
De acordo com o agrônomo, Alexandre Albano, que acompanha o projeto de incremento da mandiocultura em Baianópolis, a preocupação para escoar a produção dos pequenos agricultores resultou na criação de feiras agroecológicas no município que além da mandioca e derivados, são comercializados outros produtos orgânicos.
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